Secretaria do Ambiente quer acabar com lixões até 2014

Mas, para isso, responsabilidade não deve ficar apenas na área governamental

Dentro de, pelo menos, dois anos, os 92 municípios do estado do Rio de Janeiro não deverão ter mais lixões para o armazenamento de seus despejos. Essa foi a meta anunciada, no último dia 22 de agosto, pelo coordenador de Resíduos Sólidos da Secretaria Estadual do Ambiente, Osmar Oliveira, durante a reunião da Câmara Setorial de Desenvolvimento Sustentável, do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio, presidido pelo deputado Paulo Melo (PMDB).

– Quando a meta foi proposta, antes da política nacional, parecia ser ousada. E a legislação acabou por auxiliar e acompanhar esse objetivo. Hoje em dia, nós vemos que é possível fazer. As dificuldades maiores são por conta da necessidade de uma integração entre a sociedade civil, a parte política e os técnicos. Isso, às vezes, não ocorre. A falta de técnicos nos municípios também prejudica muito o trabalho”, analisou Osmar.

Segundo os dados da secretaria, em 2007 funcionavam 76 lixões no estado. Três anos depois, em 2010, esse número caiu para 49. Hoje, apenas 27 lixões ainda estão em atividade. Em contrapartida, o estado passou a investir na construção de aterros sanitários e de Centros de Tratamento de Resíduos (CTR). Em 53 cidades do Rio, o lixo já é destinado aos CTRs. No total, são 20 unidades já construídas. Doze municípios encaminham seus resíduos para os nove aterros controlados em funcionamento. “Temos ainda três CTRs em construção, nos municípios de Vassouras, Paracambi e São Fidélis. Além disso, Itaperuna e Três Rios estão com seus centros já projetados”, explicou Osmar.

A secretária do fórum, Geiza Rocha, acredita que a melhor saída é através da formação de consórcios entre o estado e os municípios. “Nós queremos o fortalecimento dos consórcios, que é um ponto muito importante”, ponderou Geiza, que ressaltou, também, a necessidade de intensificar o trabalho de reciclagem. “A visão que nós estamos tentando trazer é que ao lado da política de extinção dos lixões, é necessário garantir uma política para a cadeia produtiva da reciclagem. Precisamos também enfrentar a questão tributária, porque, caso contrário, não temos como criar essa gestão dos resíduos”, frisou.

A secretária lembra, ainda, que este é um processo cujas responsabilidades não podem ficar somente na esfera governamental. “Não dá só para atuar na destinação final, que é um ponto onde o estado está muito forte. Temos que atuar em todo o processo do lixo e incluir toda a sociedade nessa discussão”, finalizou Geiza, que também aposta na conscientização de cada um

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