A casa de leilões Sotheby’s leiloará, em 17 de junho, o selo mais caro e famoso do mundo, que deve ser arrematado por uma quantia entre US$ 10 milhões e US$ 20 milhões.
A peça, conhecida como Magenta Penny, da Guiana Britânica, foi emitida em 1856 e é o único sobrevivente de uma série especial impressa na antiga colônia britânica. O selo, que costuma bater recordes de preço cada vez que vai a leilão, foi arrematado em 1980 por US$ 935 mil.
O único sobrevivente do magenta de um penny foi encontrado em 1873 por um estudante de 12 anos na Guiana. Vernon Vaughan, que encontrou o selo entre papéis familiares, adicionou a peça à sua coleção sem suspeitar do valor que alcançaria. David Redden, diretor de projetos especiais e do departamento de livros da Sotheby’s, lembra, em nota, que, como colecionador de selos, este é “um objeto mágico, a definição própria de rareza e valor”.
Vaughan posteriormente vendeu o selo a uma colecionadora e a peça acabou chegando ao Reino Unido em 1878. Pouco tempo depois, o mesmo artigo foi comprado pelo conde austríaco Philippe la Renotière von Ferrary, possivelmente o maior colecionador de selos da história.
Ferrary, austríaco de família italiana e residente em Paris, tinha doado sua coleção ao Museu Postal de Berlim, mas as autoridades francesas confiscaram a coleção após a Primeira Guerra Mundial. A coleção foi leiloada em diversas fases entre 1921 e 1926 e o selo acabou sendo comprado em 1922 pelo milionário americano Arthur Hind, que pagou US$ 35 mil dólares, um número recorde para este tipo de peça. Após passar por vários proprietários, outro milionário americano, John Dupont, pagou US$ 935 mil dólares pelo selo em um leilão em 1980, a última vez que este único exemplar foi posto à venda.
O atual recorde para um selo vendido em um leilão é para o chamado Treskilling Amarelo, um selo sueco de 1855 que foi arrematado por US$ 2,2 milhões em 1996. O valor máximo alcançado por uma peça filatélica foi US$ 4 milhões, mas, neste caso, tratava-se de dois selos da então colônia britânica de Mauricio de 1847, que foram usados para um mesmo envio. Ambos os artigos também faziam parte da antiga coleção de Von Ferrary.