‘Seu Rocha era homem sério, idealista, sonhador’

No auge dos seus 77 anos, Lúcio Bon, que também foi vereador em Cantagalo, diz que Seu Rocha foi o grande responsável por conseguir, por exemplo, a abertura da Estrada São Martinho, como é chamada a RJ-164, que liga o Centro da cidade à RJ-116, altura da ‘Curva do Perigo’, em direção a Macuco. A estrada foi aberta pelo Governo do Estado após muitas intervenções e influências de Antônio Rocha e Silva Júnior, hoje beneficiando toda a região, inclusive como grande responsável pelo escoamento de boa parte da produção do Polo Cimenteiro de Cantagalo.

Com o falecimento de Seu Rocha, Lúcio Gomes Bon assumiu a presidência da Aciacan, encontrando a entidade com 57 associados. “Mas eram tempos difíceis, muito difíceis. Naquela época, os comerciantes ainda eram tradicionais, muito fechados. A maioria ignorava o papel e a importância da associação, sequer tinham noção do que essa entidade representava. A partir daí, tivemos que dar início a uma conscientização geral sobre a importância da união para, depois, pensarmos em dar início a qualquer projeto que fosse. Mesmo assim, não conseguimos fazer quase nada, foi um período morno, sem dinheiro, sem compreensão, sem condições de alavancar a entidade”, lamenta Lúcio Bon, que é formado em técnico de contabilidade, mas nunca viveu da profissão. “Sempre estive envolvido com comércio. Em Cantagalo, trabalhei com comércio varejista e, depois, com o setor de gráfica, onde estou até hoje”, acrescenta.

Para Lúcio Bon, o período em que esteve à frente da Aciacan também foi conturbado pela sua própria sobrecarga de trabalho. No mesmo período, ele atuava no Cantagalo Esporte Clube e, logo depois, assumiu a presidência da Associação Pestalozzi, entidade da qual sempre dedicou toda sua atenção. “Acredito até que, pelas próprias dificuldades vividas na ocasião e sem grandes horizontes a vislumbrar, acabei não dando a necessária atenção à Aciacan. Mesmo assim, demos início à obra que culminou na construção do segundo piso do prédio da entidade. Nós erguemos as paredes e quase deixamos no ponto de laje. O trabalho teve sequência e foi concluído na gestão seguinte, de Wellington Folly”, informa Bon.

Durante sua passagem pela Aciacan, Lúcio Bon também teve motivos para comemorar. Mesmo com as dificuldades enfrentadas na entidade e pela pouca consciência dos setores representados sobre a importância da instituição, ele conta que recebeu convite para ser vice-vogal, ao lado do vogal Edmo Japour, na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja). “Durante a minha atuação, a Jucerja realizou um trabalho muito importante no interior do estado, onde os comerciantes também sofriam com as dificuldades e os contatos eram sempre muito difíceis. Então, fui deslocado para Santo Antônio de Pádua (Região Noroeste do estado) para reforçar o trabalho de descentralização das ações da Junta Comercial. Naquela época, trouxemos vários serviços à região, como a autenticação, por exemplo, para facilitar a vida dos comerciantes”, lembra o ex-presidente.

Hoje, Lúcio Bon diz que, felizmente, os tempos são outros, as coisas estão mais fáceis, a tecnologia trabalha a favor e os próprios comerciantes e empresários têm outra visão, completamente diferente daquela época. “E não é para menos, do contrário, ficariam para trás”, diz.

O empresário vê a Aciacan hoje como uma entidade forte, consolidada, respeitada e, o que é mais importante: trabalhando e realmente representando e defendendo os interesses dos setores os quais representa. “É uma entidade que cresce em importância e respeito, porque um punhado de homens batalhou para reerguer a entidade, que goza de prestígio e é muito útil à sociedade, tamanho o leque de ações e serviços que presta não só aos setores diretamente ligados a ela, mas a toda sociedade, procurando envolver a comunidade, o que é muito bom e representa um enorme avanço”, completa. Ele acrescenta que, atualmente, a entidade também tem se envolvido com a comunidade, com a cultura, a recreação, enfim, com ações que também atendam a sociedade em geral.

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