Uma parte mede mil metros quadrados e foi utilizada para a instalação da antena da rádio, próximo ao hoje bairro São Pedro; a outra área de terra mede 302,23 metros quadrados e foi utilizada para a construção do estúdio e instalação de equipamentos da emissora. A cessão das áreas foi feita com aprovação prévia da Câmara de Vereadores.
O assunto voltou recentemente à tona, quando o vereador Zé da Uta (PSL) apresentou um requerimento na Câmara Municipal de Cantagalo solicitando, do Executivo, informações sobre a questão da emissora e sobre a cessão e renovação dos documentos referentes às áreas cedidas.
Depois de sua instalação e de entrar em funcionamento no ano de 1983, a Rádio Musical já teve vários donos. Inicialmente, a emissora foi de propriedade do antigo grupo Delfim, que também era dono da Faculdade da Cidade, no Rio de Janeiro. Depois, a emissora foi negociada para o empresário Alexandre Santos, que, depois, se elegeu deputado federal. Em seguida, o parlamentar vendeu a emissora para o Grupo de Comunicação da Rádio Melodia, também do Rio de Janeiro, que, pouco tempo depois, acabou negociando a rádio com o grupo evangélico liderado pelo pastor RR Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, atual proprietário.
Hoje, a emissora não conta com programação local, apenas retransmite programação evangélica de outras rádios do grupo. A empresa mantém funcionários nos estúdios e torre apenas para funcionamento da retransmissão da programação.
O artigo 2º da lei de cessão das áreas prevê que a área poderia ser retomada pelo município. “Decorridos seis meses de aprovação do projeto de instalação da antena e estúdio da Rádio Musical de Cantagalo Ltda., pelo Dentel (Departamento de Telecomunicações), sem que esteja esta funcionamento normalmente, a presente lei perderá seus efeitos legais, ficando automaticamente, extinta a concessão”, diz a lei.
Atualmente, o Dentel não existe mais. Esse trabalho de concessão e fiscalização da concessão cabe à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).