Um lamentável episódio

A recente convenção do PT em Brasília marcou mais um lamentável episódio na vida desse partido político que ganhou a sua primeira eleição com promessa de mudanças estruturais e de critérios novos na política, como honestidade, honradez, etc., e, ganhando as eleições, realmente mostrou a face verdadeira de seus líderes, a começar por Lula, transformando o partido em uma grande quadrilha, que, com pouco tempo de governo, ampliou suas garras, com o apoio de outras agremiações políticas, que se especializaram em assaltar os cofres públicos de maneira vergonhosa, que culminou com o escândalo do mensalão, finalmente concluído com a prisão dos seus líderes e cúmplices conhecidos por presenças na política brasileira.

Enquanto uma parcela considerável da opinião pública brasileira festeja a prisão dos “mensaleiros” abomináveis, o Partido dos Trabalhadores, em grande ato público, faz desagravo aos criminosos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na presença da senhora Dilma Rousseff e com discurso do Lula, fazendo elogios ao seu ex-chefe de Gabinete, José Dirceu, considerado pelos julgadores como o “chefe da quadrilha”.

Seria cômico se não fosse trágico, assistir-se espetáculo dessa natureza que representa um estímulo aos mal feitos e estimula a continuação de espetáculos de desonestidade que se verifica em todo o país, mantendo as seções policiais da imprensa brasileira, sempre repleta de notícias denunciando políticos em todas as áreas administrativas, desde vereadores e prefeitos envolvidos em fraudes e desvios, passando pelas assembleias legislativas, Congresso Nacional, Justiça, governadores, ministros e o próprio Governo Federal, com denúncias de ações dos seus bastidores.

Como dizia Ruy Barbosa, “de tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra; de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

Acho que não é preciso dizer mais nada.

*Joel Naegele é vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), membro da Academia Nacional de Agricultura, conselheiro fiscal do Sebrae-RJ e membro da Câmara Setorial de Agronegócios da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro).

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