73,1% das micro e pequenas empresas abertas em 2006 continuaram funcionando após dois anos

Os dados constam do estudo sobre Taxa de Sobrevivência das Empresas no Brasil, lançado no dia 20 de outubro, em São Paulo. Esta edição traz novidade em sua metodologia, que deixa de utilizar pesquisas de campo e passa a empregar a base de dados da Receita Federal. Segundo Barretto, a mudança irá possibilitar a divulgação anual do índice, dando início a uma série histórica, e traz uma radiografia dos estados. “Estamos falando agora de um censo integral, com cerca de 500 mil empresas”, disse.

A taxa evoluiu de 71,9%, com base nas empresas que abriram suas portas em 2005, para 73,1%, referente aos empreendimentos abertos em 2006, período de início do Super Simples, que trouxe vantagens tributárias para as micro e pequenas empresas. As indústrias são as que mais contribuíram para este quadro crescente. De cada 100 empresas abertas, 75,1% permanecem ativas nos dois anos seguintes. Em seguida, aparecem comércio (74,1%), serviços (71,7%) e construção civil (66,2%). “As exigências iniciais para se abrir uma indústria, como planejamento e alto grau de inovação e aporte de capital, contribuem para a permanência da empresa no mercado”, analisa Barretto.

Os melhores índices estão presentes na Região Sudeste (76,4%), seguidas das regiões Sul (71,7%), Nordeste (69,1%), Centro-Oeste (68,3%) e Norte (66,0%). “Quanto maior o conhecimento e capacitação aliado a um ambiente tributário favorável, maior é chance de sobreviver. Para Barretto, o índice acima da média na Região Sudeste se justifica por apresentar mais mercado, mais gente com informação, e elevado grau de escolaridade da sociedade”, disse. Ele acredita que a tendência é que nas próximas edições do censo “o resultado será mais homogêneo”.

Comparando o desempenho brasileiro com o de outros países, o Brasil aparece em situação privilegiada. O índice de sobrevivência das micro e pequenas empresas brasileiras é superior ao de nações como Espanha (69%), Itália (68%) e Holanda (50%) e bastante próximo do Canadá (74%). Na Europa, os dados são verificados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “As pequenas empresas brasileiras estão calcadas no mercado interno, que está forte”, afirmou o presidente do Sebrae.

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