Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
Sobre a Aciacan, ele declara que foram anos difíceis, de muito sacrifício, mas, também, de grandes conquistas. “Quando assumi, a Aciacan vinha de um período inerte, estava parada havia quase 20 anos. Eu e minha diretoria tínhamos o desafio de reerguer a entidade, que, por estar praticamente desativada há tanto tempo, caiu no descrédito”, lembra o empresário.
Um dos primeiros passos foi estruturar a entidade, principalmente em espaço físico. Daí, surgiu a ideia de construir o segundo andar. “Aquela área era muito feia. Para a realização da obra, retiramos do local cerca de seis caminhões de entulho, que era jogado pelos moradores da rua de cima (Rua Augusto Bernardo de Paula) barranco abaixo. A realização da obra não foi nada fácil, porque a associação não tinha dinheiro e havia caído em descrédito. Mas, mesmo assim, conseguimos mobilizar vários comerciantes, além de organizarmos várias rifas. De etapa em etapa, fomos erguendo a obra, até que chegamos ao galpão superior, mais tarde, na gestão do jornalista Célio Figueiredo, transformado em auditório, com um excelente aproveitamento de espaço”, conta Folly.
Naquela época, houve uma negociação interessante, algo semelhante a um comodato. A Aciacan negociou com Tadeu Naegele, que investiu recursos na obra e, em troca, ficou com seis salas do prédio por 15 anos, podendo explorá-las comerciante, desde que em aluguéis. Mesmo assim, das seis, duas salas foram cedidas à própria Aciacan. Esse contrato foi encerrado ano passado e a associação já retomou o controle de todas as salas construídas na ocasião. “O importante é que tudo deu certo e conseguimos terminar a obra e dar início à recuperação moral e econômica da entidade”, diz Wellington Folly, que deixou a organização com pouco mais de 60 associados depois de assumi-la com quase ninguém.
O ex-presidente conta que, na sua gestão, surgiu o projeto de construção de um aeroporto em Cantagalo. Proposta do extinto DAC (Departamento de Aviação Civil) apontava uma área da Fazenda Chalé, na Taquara de Baixo, zona rural do primeiro distrito, como ideal para a obra. “Foi um alvoroço e a Aciacan logo comprou a ideia. Participamos de mais de 20 reuniões no Rio de Janeiro com o proprietário das terras, Rui Simões, além de técnicos do DAC (extinto em 2005 com a criação da Agência Nacional de Aviação Civil – Anac). Para se ter uma ideia, na época os técnicos estiveram aqui, avaliando e medindo a área, e ficaram encantados. Tamanha foi a empolgação que chegaram a nos dizer que o aeroporto de Cantagalo seria uma espécie de reserva do Aeroporto Santos Dumont, no Rio, para pousos e decolagens comerciais. O projeto se arrastou e acabou não saindo, mas perdurou por muitos anos ainda, até agora, por volta de 2006”, destaca Folly.
Também na sua gestão, a Aciacan recebeu uma ambulância UTI móvel, doada pela Votorantim Cimentos, e que deveria servir à população de Cantagalo. Por um bom tempo, aguardando regulamentação, o veículo ficou parado. Em operação, passou a servir ao Hospital de Cantagalo, embora gerida pela Aciacan. “Foi uma péssima experiência, pois eram muitos os problemas, tanto gerenciais quanto técnicos. Em seguida, passamos o veículo para a Prefeitura, mas já vinha sendo sucateado, até que não teve mais condições de uso”, conta Wellington Folly, que é casado, tem duas filhas e 63 anos de idade, dos quais 45 dedicados ao setor de drogaria.
– Participei de uma sociedade em Nova Friburgo, depois vim para Cantagalo e não mais saí. Isto aqui é a minha vida. Quanto à Associação Comercial, deixo para os mais jovens. Já dei a minha contribuição, embora esteja sempre torcendo para os melhores resultados possíveis, como os que temos visto aí, com esse crescimento em tamanho e importância de uma entidade que lutamos para reerguer – emociona-se.
Wellington Folly foi o terceiro presidente da Aciacan e, segundo afirma, recebeu uma entidade ainda muito distante do empresariado, fruto da falta de consciência dos setores abrangidos pela associação, que precisam se comprometer mais, se envolver, ser contagiados com as propostas da associação. “Foi assim que demos início a um trabalho voltado a preparar a Aciacan, dando melhor estrutura para que outras ações futuras pudessem ser feitas, levando os setores a se unirem em torno dos ideais”, finaliza.