Governo do Estado repassa R$ 557 milhões para as prefeituras fluminenses
No Antigo Testamento encontramos batalhas entre judeus e filisteus, no livro dos Juízes (13-16) está narrada a história de Sansão, criado por Deus para livrar o povo judeu do domínio dos filisteus. A luta entre Davi e Golias (I Samuel) é mais um capítulo da rivalidade entre estes dois povos pela disputa da mesma terra no Oriente Médio. Com a expansão do Império Romano a Palestina também foi conquistada e, no ano 70 d.C., Jerusalém e o templo foram totalmente destruídos, parte do povo judeu foi levado para Roma como escravo e outros fugiram da Terra Prometida, ocorrendo a diáspora do povo judeus, formando comunidades judaicas em vários pontos do mundo.
Com o correr da história os filisteus deram origem aos palestinos enquanto os judeus continuaram judeus até os dias atuais. Em algumas partes do mundo as comunidades judaicas não foram bem recebidas sofrendo perseguições diversas; na minha infância, ouvia uma história que os judeus sofriam pelo mundo a fora em virtude de não aceitarem Jesus Cristo, causando seus sofrimentos e morte.
De todas as terríveis perseguições sofridas pelos judeus a pior foi na Alemanha, no período do nazismo de Adolfo Hitler, quando muitos milhares foram levados aos campos de concentração, submetidos a trabalho escravo, as famílias separadas, marcados com números no antebraço, alimentados com baixas calorias e eliminados em câmaras de gás quando não serviam mais para os trabalhos forçados, o mesmo acontecendo com idosos e crianças, sem citar as torturas e as experiências científicas realizadas por médicos desumanos e criminosos. Calcula-se que seis milhões de judeus desapareceram por ação dos nazistas.
Terminada a Segunda Guerra Mundial a ONU achou prudente criar uma pátria para os judeus dispersos por todos os países, escolhendo a Palestina, na época em poder do Império Britânico, como local apropriado, coincidindo geograficamente com a Terra Prometida bíblica. Surgiu desse modo, em 14 de maio de 1948, o estado de Israel, ficando parte da antiga Palestina com judeus e parte com palestinos, formando verdadeira colcha de retalhos geográfica entre os dois povos.
Como não podia deixar de ocorrer, as rivalidades dos tempos bíblicos afloraram entre as comunidades, gerando conflitos e diversas guerras entre os árabes e judeus; estes sempre melhores armados e com mais recursos técnicos e financeiros foram vitoriosos, expandindo seus limites territoriais, ficando os palestinos restritos à Cisjordânia e à Faixa de Gaza, assim mesmo, com diversas restrições determinadas por Israel.
Em 07 de outubro de 2023, o Hamas realizou um ataque a Israel, matando 1200 israelitas e sequestrando 250 pessoas levadas com reféns; Israel reage e tem início nova guerra entre judeus e palestinos. Nesses 15 meses ocorreram todos os tipos de violências inaceitáveis numa guerra; alegando que terroristas do Hamas estavam escondidos em hospitais e escolas estas instituições foram bombardeadas por Israel, determinando a morte de crianças, doentes internados, professores, médicos e outros auxiliares médicos.
A maioria da população da Faixa de Gaza foi obrigada a se deslocar para o norte, ficando retida junto à fronteira do Egito, sem alimentação, sem energia elétrica, sem assistência médica e sujeita a ataques da aviação israelense, recebendo limitado socorro da ONU.
Após inúmeras reuniões, depois de 15 meses, chegou-se a uma trégua, enquanto a mídia noticia as consequência dos bombardeios na Faixa de Gaza, que antes da guerra tinha 2.1 milhões de habitantes:
01 – Pessoas com insegurança alimentar, que representa ameaça à vida, 1,9 milhões (93% da população).
O2 – Pessoas que foram afastadas de suas residências 1,9 milhões, vivendo em abrigos, sem roupas e proteção contra o frio.
03 – Pessoas que perderam seus documentos, 800.000.
04 – Hospitais e unidades de saúde – 80% destruídos.
05 – Prédios, 70% destruídos, sendo 245 mil residências.
06 – Bombas lançadas – 85 mil toneladas de explosivos lançados sobre a Faixa de Gaza (área de 18 X 30 Km).
07 – Destroços resultantes dos bombardeios – 50 milhões de toneladas, que demorariam 10 anos para remoção completa.
08 – Desaparecidos – 10.000 pessoas, sendo que 3.000 devem ter sidos incinerados durante os bombardeios.
09 – Crianças separadas dos pais – 17.000.
10 – Feridos, 111.665 pessoas, 25% com lesões graves por toda vida e que não receberam atendimento médico adequado.
11 – Mortos, 48.219 mortos, sendo mais da metade de mulheres, crianças e idosos, todos civis que não participavam dos combates e foram bombardeados, (40 palestinos para cada judeu).
12 – Custo dos reparos de guerra – 53 bilhões de dólares para a reconstrução de Gaza, só durante os três primeiros anos.
Os noticiários falavam em Guerra de Gaza, todavia a diferença de recursos bélicos entre as forças litigantes era de tal ordem, bem como as práticas usadas por Israel (corte de combustível, de energia elétrica, de alimentação, etc.) eram de tal ordem que melhor seria falar em massacre de Gaza.
Na minha opinião é inaceitável que um povo que passou por tantos horrores nas mãos nazistas, agora procedam do mesmo modo com os Palestinos, tentando realizar um genocídio em pleno século XXI.
Para onde caminha a humanidade?
Júlio Carvalho.