“A indústria das sombras”, por Celso Frauches

Trevas

Os cristãos e as pessoas éticas e de bom caráter são o foco das sombras, das trevas, ou, se quiserem, das legiões infernais.

Um dos meios mais usados, em tempos de tecnologias digitais de informação e comunicação, em mudanças quase diárias, é a internet. E nem falo de pornografia. Mas de novelas, seriados, filmes e similares ou concorrentes, os streamers (criadores de conteúdo digital), enfim, os meios que a internet coloca à disposição de seus usuários. E da imprensa e das TVs.

Violência, drogas ilícitas, sexo, nudez desnecessária e outros meios de agressão insaciável ao ser humano são o tema central. São os que dão mais audiência, mais cliques.

O foco dos seres infernais está voltado, há bastante tempo, para a mídia impressa, televisiva e digital. Neste meio, prevalecem os podcasts. Não todos, evidentemente.

A classe política é outro grupo de veículo das sombras: legisladores, governantes e tribunais de justiça, ao lado de significativos nichos de religiosos que têm cerca de dois bilhões de adeptos. Os cristãos são alvos, com infiltrados que se dizem padres, pastores e missionários de diversas denominações religiosas.

O público infantil e adolescente é o alvo preferido. A pedofilia é o caminho usado para esse público, muitas vezes fora do controle dos pais ou responsáveis.

Nas universidades, os jovens e adultos, que ingressam nos cursos superiores, são o grupo-alvo. O trote de calouros, em universidades públicas, as greves, as manifestações obscenas, às vezes na porta de reitores e diretores.

Os meios culturais estão sendo alvo em relação aos artistas plásticos, às “instalações” e outras categorias, como autores de novelas, séries e filmes. E muitos atores.

A escolha e a rejeição dessas agressões são nossas, de cada pessoa.

Os valores éticos, morais e cristãos não fazem parte das sombras. É o “quanto pior, melhor”.

Maria Lucia Victor Barbosa, do Instituto Millenium, no artigo “Idade das trevas”, diz que “entre 400 e 800, desenrola-se o primeiro período medieval que abarca a Europa Ocidental e que se caracteriza pela maioria dos atributos designados como medievais ou Idade das Trevas. É um interregno de profunda ignorância e superstição, no qual o homem viveu com olhos vendados. A cultura, em certos aspectos, representou uma volta ao barbarismo. A atividade econômica baixou a níveis primitivos de troca direta, enquanto o ascetismo mórbido substituía as atitudes sociais racionais”.

A Idade das Trevas está de volta, em pleno século 21. As guerras, o feminicídio, as barbáries cometidas por alguns grupos de “religiosos” e terroristas profissionais, o narcotráfico. Enfim, o leitor sente isso todo o dia nos meios de comunicação.

A cultura continua sendo, neste século − a chamada “Nova Era” −, um instrumento das sombras pelos meios de comunicação impressos ou digitais, assim como a atividade econômica dedicada a essas mídias.

O meio musical polui com criações de duplo sentido, as danças sensuais que algumas músicas do baixo astral promovem, além de artistas de audiência internacional. Os funk e punk, um movimento “artístico” de contracultura, disseminado principalmente através da música e da sua ideologia que defende, entre outras plataformas, a liberdade anárquica, entre outros pensamentos “revolucionários”. São milhões espalhados pelo mundo. Originalmente, a palavra inglesa punk era usada para se referir a um “prostituto” ou um “jovem que não tem compromissos com a vida”.

O diplomata Sérgio Amaral afirma, em entrevista à TV, que há uma “diplomacia das trevas” que se aproxima da idade média. Essa diplomacia fica sempre ao lado de um dos agressores nas guerras regionais – Rússia e Croácia −, por exemplo, e as guerras ou guerrilhas seculares, como judeus x muçulmanos, onde estejam. A Síria –, para citar um exemplo marcante −, onde as trevas atuam há séculos.

O Papa Francisco clamou, em 2019, contra as “trevas” no mundo. O Sumo Pontífice sabia perfeitamente a importância desse alerta aos católicos, em particular aos da “teologia da libertação”, que pretende desviar a Igreja somente para os pobres. O catolicismo deixaria de ser a sua essência, como os estudos bíblicos e a assistência a todos, indistintamente.

Vemos, assim, que a “indústria das trevas” está presente em todos os setores da economia, das artes e da mídia, impressa, digital ou televisiva e de religiões.

O acesso aos meios de comunicação não é obrigatório. É uma decisão individual. Como estamos na chamada “era digital”, o acesso a qualquer veículo que tenha por alvo as pessoas e as organizações é opcional.

 

Farol

 

Aldenir Araújo, em seu blog (aldeniraraujo.com.br), diz que: “Luz e trevas são opostos que estão bem presentes em nossas vidas. Eles podem ser usados como ilustração da situação espiritual em que as pessoas se encontram. Ao olharmos para o mundo em que vivemos, não é difícil concluirmos que ele está em trevas. Basta sair às ruas. Basta consultar a mídia, conversar com pessoas”. A Bíblia diz, em 1 João 5,19, que “o mundo todo está sob o poder do Maligno”. Toda a criação está sob o poder do mal, isto é, mantida em submissão pelo diabo, o qual, segundo Jesus, “é o príncipe deste mundo”. (cf. Jo 12,31; 14,30; 16,11).

Falando ao povo, Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8, 12). E clamou: “Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (João 12, 35-46). “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”. Mas é preciso que estejamos com Deus e com Jesus, no dia a dia de nossas vidas. Sem essa presença, esta será sempre vazia, sujeita à violência das sombras, das trevas infernais.

Vou concluir este artigo com um texto do Padre Francisco Assis, em “tudo por amor”:

A única certeza que hoje você tem é a de que está vivo neste momento. Você pode até fazer projetos e sonhar sobre a semana que vem, sobre o ano novo que se aproxima, mas não existem garantias de que você lá estará. Uma simples manifestação de atenção gera um impacto positivo sobre a qualidade do dia, tanto para quem doa, tanto quanto para quem recebe. Pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que incomoda, que entristece, que mata tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase amou, na verdade, nunca amou. A boa resposta a isso, está na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Para as coisas que não podem ser mudadas, resta-nos ter paciência. Para os erros, há perdão, para os fracassos, chance, para os amores impossíveis, tempo. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Acredite menos no destino e mais em Deus, em você.
Amém!

 

Celso Frauches é escritor, jornalista, historiador, pesquisador e diretor-presidente do Instituto Mão de Luva.
Celso Frauches é escritor, jornalista, historiador, pesquisador e diretor-presidente do Instituto Mão de Luva.

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Um Comentário

  • Ótima leitura! Não pero=co um artigo do senhor Celso! Parabéns!

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