Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
Unidade terá 120 leitos. Estão previstas 200 consultas por dia
Em entrevista exclusiva ao JORNAL DA REGIÃO, o secretário estadual de Governo (pasta que assumiu com a posse de Pezão como governador), Affonso Monnerat fala sobre as obras para a construção do Hospital de Oncologia.
JORNAL DA REGIÃO (JR) – O que você pensa sobre a instalação do Hospital de Oncologia em Nova Friburgo?
Affonso Monnerat (AM): Acho que é um passo importantíssimo para a região um Hospital de Oncologia. Depois de tanto sofrimento que passamos aqui, acho que isso é uma grande vitória. Todos nós temos parentes, algum amigo, que já sofreram dessa terrível doença, que é o câncer. E a gente sabe o quanto é sofrido fazer o tratamento: sair duas, três horas da manhã, terminar, voltar à noite do Rio, quatro, cinco, seis horas de viagem. Sem falar no tratamento agressivo, como é o tratamento de oncologia. E conseguimos trazer isso para a região.
JR – Como foi a escolha do local e como será o projeto?
AM: Este é um antigo hospital adventista. Já funcionou aqui um antigo hospital de recuperação. O Governo do Estado desapropriou logo após a catástrofe. E se iniciou um projeto para fazer o hospital de oncologia da Região Serrana. Se você puder visitar, poderá ver que já há vários quartos, suítes, já prontas. Obra de primeiríssima qualidade. E nestes galpões aqui (mostra), irão funcionar a parte cirúrgica, a parte de tratamento, que já estão praticamente prontas. Então, assim, é um golaço para a região. É um hospital que terá 120 leitos, estão previstas 200 consultas por dia, não só para a nossa região, para o nosso paciente, que é o principal, mas vai se tornar, também, um polo de referência ao tratamento contra o câncer.
JR – A gestão ficará a cargo de quem?
AM: Essa gestão é estadual. A Secretaria Estadual de Saúde é que fará a gestão em parceria com o Ministério da Saúde. Isto aqui é fruto de uma grande parceria entre o Governo Federal, através do Ministério da Saúde, com o Governo do Estado. É o que mais deu certo nesse nosso período. O funcionamento será do Estado que irá atuar, que irá trabalhar. O nosso hospital do Inca, que é um hospital federal, está sobrecarregado. Aqui, então, será um grande reforço para toda a região.
JR – Em que ponto se encontra o projeto?
AM: A obra irá ficar em R$ 48 milhões. O dinheiro já está garantido. O processo licitatório se encontra no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) para aprovar o edital. A gente acredita que, nos próximos dias, a gente possa colocar o edital na rua para fazer a concorrência. Previsão de obra de até um ano e meio, 18 meses.
JR – Acredita que a região merece esta obra?
AM: A região merece e precisa muito disto aqui. Acho que, depois de tudo que nós passamos, de todo o sofrimento com a catástrofe, isto aqui vem como uma medida compensatória e um carinho muito grande do Governo do Estado para a população da região. É um olhar muito especial para que a gente consiga reestruturar a região. Gostaria muito de dividir com todos os prefeitos e ex-prefeitos da região, que lutaram muito. Nós sempre pedimos isso ao governador, que precisávamos de uma unidade regional de saúde.
JR – E como vê os avanços do Consórcio Intermunicipal de Saúde?
AM: É o único caminho [o Consórcio Intermunicipal de Saúde]. Não tem outro caminho. Desde que fui prefeito, venho lutando e insistindo muito com meus colegas e, infelizmente, alguns não entendem a importância dessa gestão compartilhada de saúde. Não existe outro meio. Não dá para todo mundo fazer tudo, porque saúde é muito caro. Então, é uma ideia que, se Bom Jardim faz ortopedia, Cantagalo faz oftalmologia, enquanto Cordeiro e Macuco, outras especialidades. Vamos dividindo e atendendo à população nesse rodízio. São cidades pequenas, pobres, com poucos recursos e com muitos problemas. Então, se não se unirem, não fizerem tudo em conjunto, não tiverem um mínimo de bom senso, de ideal político, a questão não será solucionada.
JR – Fale mais sobre a importância do Consórcio Intermunicipal de Saúde?
AM: O grande problema do político é que, muitas vezes, ele quer personalizar a obra, ele quer dizer que foi ele. E nós não estamos aqui para isso, estamos aqui para fazer o melhor para a maioria das pessoas. Essa é a função prioritária do político. Mas uns não entendem assim. Então, debati sempre com isso e fiquei muito feliz que estão insistindo com o consórcio, com o prefeito Saulo Gouvea (Cantagalo) lutando à frente disso, e tem todo o nosso apoio. A gente acredita, inclusive, que o consórcio vai fazer parte de cláusulas para acessar créditos no Governo do Estado e Governo Federal. Isso vai ficar tão sério que, para fazer um convênio, vão perguntar se você está consorciado, está em dia com a suas prestações no consórcio.