Agro fluminense recebe investimentos de programa inédito

O Estado do Rio de Janeiro tem a segunda maior região metropolitana em termos populacionais, mas em virtude da sua dimensão territorial restrita e da falta de investimentos tecnológicos no agronegócio durante muitos anos, a produção não supre a demanda interna. Contra esse cenário, o Governo do Estado do Rio de Janeiro apoiou 31 projetos que vão da segurança alimentar à conservação do meio ambiente, por meio do programa CapacitAgro. Idealizador do programa, o Secretário de Agricultura, Jair Bittencourt, destacou a importância da iniciativa para o crescimento do setor.

O programa CapacitAgro é uma poderosa ferramenta de gestão desenvolvida para gerar bons resultados para o agronegócio do nosso Estado. A iniciativa do Governo, em parceria com as Secretarias de Agricultura e Ciência, Tecnologia e Inovação, trouxe investimentos voltados para a qualificação da mão de obra em diferentes níveis e áreas do setor. Programas como este são muito relevantes para o desenvolvimento do agro no nosso estado, pois oferecem aos bolsistas todo o auxílio no processo de sua formação – afirmou o secretário de Agricultura.

O CapacitAgro é considerado um dos maiores programas de treinamento e capacitação técnica da história da agropecuária fluminense, viabilizado por meio de ações que reuniram, além das duas Secretarias Estaduais, a Federação da Agricultura do Estado do Rio de Janeiro (FAERJ) e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), que financiou o programa. O projeto resultou em um livro recém-lançado, que descreve os 31 projetos apoiados.

Coordenador do programa, o presidente da PESAGRO-RIO, Paulo Renato Marques, enfatizou a importância da iniciativa para o desenvolvimento rural sustentável.

O agro do Rio de Janeiro tem características muito específicas. Nossa topografia acidentada e extensão espacial reduzida sugerem uma produção mais qualificada, de alto valor agregado. Isso demanda tecnologia e investimento, não só em pesquisa e extensão, mas no principal ativo que temos, o capital humano. Por isso o CapacitAgro é tão importante, para formarmos profissionais capazes de implementar essa agricultura e tirar o atraso estrutural do Rio – disse Paulo Renato.

Entre tantos projetos, o trabalho de vivências para o desenvolvimento sustentável da baía de Guanabara é um dos apoiados. A cada dia, segundo a Associação Brasileira de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, 98 toneladas de lixo são despejadas na baía. Mais de 150 pessoas foram treinadas para quantificar e qualificar os resíduos sólidos e avaliar o impacto sobre a fauna e a flora do entorno, no projeto coordenado pelo pesquisador Alberto Toledo, da Federação Estadual dos Pescadores do Rio de Janeiro.

Na área de segurança alimentar, o programa investiu em inovação e transferência tecnológica, focando na qualificação técnica para as principais cadeias produtivas do setor agropecuário e agroindustrial. Entre as pesquisas financiadas, a produção de sementes, em sistema orgânico, para agricultores familiares. Em outra frente, destinou recursos para pesquisas de valor agregado à produção pesqueira, como de tilápias e de truta.

O pesquisador Marcelo Maia Pereira, da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FIPERJ), se dedicou à modelagem matemática para enfrentar desafios de rentabilidade e sustentabilidade na aquicultura. Já a pesquisadora Ive Muzitano, da mesma instituição, criou um modelo de incremento da produtividade para pequenos produtores de tilápia, a partir de alimentação natural e suplementação com ração comercial. O presidente da FIPERJ, Ricardo Ganem, exaltou a programa, que permitiu o desenvolvimento de 14 projetos de fomento à aquicultura fluminense e ressaltou que este é apenas mais um passo adiante em direção ao desenvolvimento do agro no estado.

Para o presidente da FAPERJ, Jerson Lima Silva, o lançamento de editais para o agronegócio faz parte da política institucional de fortalecimento das nossas tradições.

Apesar do setor agropecuário representar apenas 0,6% do PIB do estado, o Rio de Janeiro tem contribuído fortemente para o desenvolvimento da área no país. Dentre outras inovações tecnológicas e descobertas científicas, podemos destacar, por exemplo, a grande produção de soja nacional. Por isso, queremos valorizar a formação educacional e a inserção de bolsistas no mercado de trabalho, além de proporcionar o desenvolvimento do setor por intermédio da pesquisa, tecnologia e inovação – finalizou Jerson Lima.

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