Agroindústria: um salto para o futuro na Região Serrana

A Agroindústria vem trazendo segurança à produção e ao processamento de alimentos e, através dela, a relação comercial e industrial dessa cadeia produtiva torna o setor agrícola um dos mais importantes da economia nacional, representando um terço do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.

Para o prefeito de Nova Friburgo, Sérgio Xavier, a agroindústria só vem acrescentar à evolução do meio rural e dos produtores, que poderão escoar seus produtos para os mercados com mais agilidade e rentabilidade, além de trazer novos elementos, como o uso de tecnologias e insumos, que fazem o agricultor dar um salto para o futuro.

Segundo o secretário municipal de Agricultura e Desenvolvimento, José Carlos Siqueira, na Região Serrana, a introdução da agroindústria ainda não está concretizada, mas já há todo um cuidado com a produção in natura, que sai da lavoura lavada, tratada, higienizada e embalada, o que possibilita a conservação dos alimentos, evitando a deterioração prematura e o desperdício, até que chegue ao consumidor final, gerando renda para o agricultor familiar. Além disso, as técnicas de manejo que são passadas pelos extensionistas da Emater-Rio (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro), as novas tecnologias disponíveis agora e o trabalho com novos insumos que facilitam a vida do agricultor, dão possibilidade de comercialização em tempo menor, uma vez que a colheita dos produtos também se faz com mais rapidez, tornando o produtor capaz de abastecer um maior número de consumidores por via direta.

O Programa de Agroindústria, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, tem  objetivo de apoiar a agroindustrialização da produção dos agricultores familiares e sua comercialização, agregando valor, gerando renda e dando oportunidade de trabalho no meio rural, garantindo, assim, melhores condições de vida para essas pessoas que são beneficiadas por ele. Esse programa tem cinco linhas de ação: 1) Crédito Rural: Pronaf (Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar)/Agroindústria; e o Pronaf/Custeio de Agroindústrias Familiares; 2) Adequações e Orientações nas Legislações Específicas; 3) Capacitação de Multiplicadores; elaboração de manuais técnicos e documentos orientadores; 4) Ciência e Tecnologia; 5) Promoção e Divulgação dos Produtos Agroindustriais; Identificação dos mercados e Articulação com o mercado institucional.

De acordo com Siqueira, pesquisadores trouxeram uma grande variedade de frutas, como experimento, que foram plantadas em Cordeiro, Cantagalo, Bom Jardim, Nova Friburgo, Teresópolis e Cachoeiras de Macacu e que têm se adaptado muito bem nessas regiões. Sem as pesquisas de solo e de genética, isso não seria possível, já que, em sua maioria, são frutas de clima quente e o aquecimento global também nos permite fazer essas inserções com frutas como pêssego, banana, goiaba e as cítricas laranja e ponkam, que, antes, não tinham resultados favoráveis aqui, em Nova Friburgo, por exemplo. Até mesmo o plantio de oliveiras está dando certo aqui, em Nova Friburgo, na região de Lumiar. A fruta, diz José Carlos, é uma alternativa para o agricultor, pois há lugares que não se pode arar, mas pode-se plantar uma árvore frutífera, que é um complemento do produtor.

Com relação às perdas na produção agrícola, tanto no campo quanto no transporte, é praticamente impossível não tê-las e esse desperdício deve chegar em torno dos 30%. Para  Siqueira, com uma agroindústria forte, onde tiver excessos de produção, mas com qualidade, pode-se fazer uma venda por um preço mínimo, para a merenda escolar, por exemplo, e, assim, todos saem ganhando. Outro fator importante é o solo, que, durante esse período pós-tragédia, ficou bastante degradado onde caíram barreiras, mas com o trabalho de preparo da terra realizado nesses locais durante este ano, as terras estão 90% recuperadas e o agricultor já está tendo bons resultados no plantio das hortaliças, que é a verdadeira vocação da região, segundo ele.

Uma das preocupações está no aquecimento global e, segundo Siqueira, o que poderá acontecer “é a mudança do metabolismo, tanto das plantas quanto dos animais.

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