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No fim de semana, comemoração continua com a parte recreativa do evento
Agora, quando Cantagalo comemora seu aniversário de emancipação político-administrativa, quando os 200 anos são muito comentados, algumas discordâncias ainda existem em relação à data de comemoração.
Em seu livro ‘Cantagalo – do surto da pecuária à industrialização do calcário’, publicado em 2003, o escritor Clélio Erthal faz uma análise da questão das comemorações do aniversário de Cantagalo.
“Critica-se, às vezes, o fato de Cantagalo, cidade-mãe de todas as unidades políticas da Região Centro-Norte Fluminense e, portanto, já com 70 anos de existência e 43 de emancipação à época da hégira que deflagrou o novo período (02-10-1857), ter comemorado o centenário a partir da sua elevação ao predicamento de cidade e não do dia em que ganhou autonomia como sede do município”, argumenta Clélio Erthal.
Mas o desembargador aposentado e autor de vários livros sobre a história regional afirma que não se trata de caso isolado, pois semelhante critério tem sido também adotado por outras comunidades e até por países de projeção.
“Pelo que, assim como a França, pátria do Iluminismo, escolheu o 14 de julho de 1789 (queda da Bastilha), que nada tem a ver com sua independência, para lhe servir de data magna, é natural que a Cidade dos Melros, berço da civilização nos antigos Sertões do Macacu, também eleja outra data, que não a da maioridade, para assinalar o marco fundamental da sua história”, concluiu o texto de Clélio Erthal, publicado em seu livro, na página186.
Em 2004, um movimento liderado pelo médico e escritor Henrique Bon, pelo professor Gerson Tavares do Carmo e pelo próprio desembargador federal aposentado e escritor Clélio Erthal, baseado em comentários do ambientalista Bento Lisboa, levantou novamente a questão, levando ao convencimento das autoridades municipais da época, o que culminou num projeto apresentado na Câmara Municipal para que as comemorações e do aniversário de emancipação fossem realizadas na data de 9 de março, considerado o dia do decreto assinado pelo príncipe regente D. João, emancipando Cantagalo de Santo Antonio de Sá, hoje extinto e que tinha sua sede em área hoje pertencente a Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
O então vereador Henrique Bon conseguiu a aprovação de um projeto de lei na Câmara Municipal, transferindo e corrigindo as comemorações de emancipação para o dia 9 de março. A lei foi sancionada pelo então prefeito Geraldo Guimarães, mas a primeira comemoração da nova data ocorreu no ano seguinte, 2005, já no mandato do então prefeito Guga de Paula.
Em 9 de março de 2004, foi realizada apenas uma solenidade com o lançamento de um carimbo comemorativo dos 190 anos de emancipação político-administrativa, pelos Correios, com a presença de autoridades.
O professor e historiador Gilberto Cunha Júnior é outro que questiona a mudança da data. Para ele, o erro continua. Ele continua defendendo como correta a data de 2 de outubro de 1857, quando o município também passa a contar com o fórum e, em seguida, por volta de 1860, com a Câmara Municipal.
COMEMORAÇÃO – No próximo fim de semana, Cantagalo dá sequência às comemorações pelo bicentenário, com a parte recreativa da comemoração, que teve início em 27 de fevereiro com as atividades e eventos culturais. Na programação de 14 a 16, os shows principais serão de Victor e Léo (dia 14), Titãs (dia 15) e Bira Bello (dia 16).