Arquivo de Amélia Tomás é inaugurado na Casa de Euclides da Cunha

Segundo os organizadores, a proposta do arquivo de memória é resgatar parte de uma história pessoal e profissional da professora e poetisa. Trata-se de um espaço de leitura, arquivamento, memória e registro da educação e manifestação patrimonial em homenagem àquela que foi a primeira diretora da Casa de Euclides da Cunha, criada em 1965, em Cantagalo, pelo Governo do Estado.

Através deste resgate e fomento à cultura e à história cantagalenses, pretende-se, ainda, compor um acervo iconográfico relativo à vida e à obra de Amélia Tomás, contando com apoio dos cidadãos cantagalenses. O objetivo é formar um banco virtual de registros das manifestações culturais populares para alcançar as futuras gerações e, principalmente, criar um sentimento de pertencimento à comunidade de Cantagalo.

No evento, foi apresentada a equipe de trabalho do projeto, formada por professores e universitários das universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), além do polo Cantagalo do Cederj (Centro de Educação Superior à Distância do Estado do Rio de Janeiro). Após a apresentação da equipe, houve uma pequena entrevista seguida de debates com o historiador, professor e um dos principais contribuintes do arquivo de memória, Gilberto Cunha Júnior, atual curador do espólio de Amélia Tomás.

A entrevista foi marcada por falas do professor em relação à postura pessoal e profissional da sua – também – professora Amélia Tomás. Gilberto Cunha destacou a importância da vida e da trajetória dessa mulher, poeta, professora, integralista e figura fundamental na história da educação da cidade de Cantagalo. “Amélia Tomás me alfabetizou de forma rígida, disciplinadora e eficaz. E, junto comigo, mais de 30 crianças cantagalenses, todos os anos, por mais de 40 anos seguidos. Abdicou de sua vida pessoal para dedicar-se à educação, à cultura e à literatura em sua terra”, declarou Gilberto Cunha. “Fiquei tão impressionado, curioso e encantado com a vida dessa minha professora e mulher à frente de seu tempo, que passei a ter uma relação de afeto quase maternal com ela. Mesmo depois de sua morte, ela se faz presente em todas as áreas da minha vida”, continuou Gilberto Cunha.

Recentemente, o professor Gilberto Cunha, declarou ao JORNAL DA REGIÃO que pretende negociar os móveis, utensílios e documentos raros da coleção com a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Cultura. Segundo ele, fazem parte desse acervo cartas de D. João VI demarcando as terras de Cantagalo (datadas de 1819), documentos de registros de compra e de morte de escravos na região, entre outros. Ele não soube informar quanto vale todo o acervo. “Seria necessária a contratação de um perito especializado para avaliar toda a documentação, que é muita coisa, além dos utensílios, como, por exemplo, um cinzeiro que pertenceu ao hipódromo que existia na Fazenda do Gavião, pertencente ao Barão de Nova Friburgo”, anunciou.

Na cerimônia de instalação do arquivo de memória, os valiosos e marcantes depoimentos de Gilberto Cunha suscitaram a participação ativa e acalorada de quem participou do evento, sob a forma de perguntas, debates e até revelações pessoais de convidados que conviveram, de perto, com a homenageada.

Após a entrevista, foi oficialmente realizada a inauguração do ‘Arquivo de Memória Amélia Tomás’, através do próprio Gilberto Cunha e da diretora da Casa de Euclides da Cunha, Fanny Pinheiro Teixeira Abrahim. Os dois, num ato simbólico, descerraram a placa com o nome do projeto e do arquivo de memória.

 

Arquivo já é contemplado pelo MEC

Tão logo tenha sido instalado, o Arquivo de Memória Amélia Tomás já está sendo contemplado pelo edital ProExt – MEC 2013. O Programa de Extensão Universitária (ProExt), do Ministério da Educação (MEC), tem como objetivo apoiar as instituições públicas de ensino superior no desenvolvimento de programas ou projetos de extensão que contribuam para a implementação de políticas públicas.

O resultado preliminar concedeu uma verba de R$ 50 mil para a compra de equipamentos que servirão de apoio para a coleta e o armazenamento de informações referentes à proposta desse arquivo: formar um banco virtual de registros das manifestações culturais populares para alcançar as futuras gerações e, principalmente, criar um sentimento de pertencimento à comunidade de Cantagalo.

Com a verba concedida pelo MEC, através da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), será possível, a partir de 2013, engendrar diversas ações, entre elas a proposta de publicações (revista e livros), como hebdomadário (publicação semanal) do Arquivo de Memória Amélia Tomás ou revista semestral com as ações do projeto; livro com as fotos do traslado do encéfalo do escritor Euclides da Cunha para Cantagalo (1982) e depoimentos dos atores envolvidos; compra de periféricos de informática, tais como: HD externo para backup dos dados, tablet para uso dos pesquisadores, scanner de alta resolução, i-MAC para edição de vídeos e legendagem, entre outras coisas.

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