Escritor e desembargador cantagalense se revolta com críticas
A publicação de nº 04, de abril deste ano, do Jornal da Associação Brasileira de Odontologia – seção Rio de Janeiro (ABO-RJ) – publicou um artigo polêmico para a população de Euclidelândia, terceiro distrito de Cantagalo. O artigo, intitulado ‘O maior romance e a pior cidade’, de Alfredo José Henrique, na coluna ‘Espaço Cultural’ do Jornal da ABO-RJ, criticou abertamente a estrutura e cultura do distrito.
O autor classificou Euclidelândia como, entre todas as cidades e distritos por ele conhecidos no Estado do Rio de Janeiro, “(…) a mais feia cidade, a mais relaxada, abandonada, solitária e até traída.” Afirmou ainda que, ao visitar a localidade, entrevistou dezenas de moradores e que nenhum conhecia a figura de Euclides da Cunha e nem o porquê de o distrito levar o nome de Euclidelândia, que é uma homenagem a Euclides da Cunha, nascido na localidade.
Indignado, o escritor e desembargador cantagalense Clélio Erthal enviou uma carta ao cantagalense Widomar Teixeira, também indignado com o assunto. Segundo Clélio, autor de dois livros sobre a história de Cantagalo, o autor do artigo foi ignorante e indelicado ao tratar do assunto. Segundo o desembargador, Alfredo José Henrique jamais deve ter lido a obra ‘Os Sertões’, pois este não se trata de um romance, com afirma em seu artigo, mas uma “interpretação profunda de uma página negra da realidade histórico-social do Brasil no início da República.” E segue, afirmando que o distrito de Euclidelândia “não se trata de “cidade” edificada para homenagear Euclides da Cunha, como equivocadamente escreve o autor”. De fato, o nome é uma homenagem a Euclides, mas o distrito já existia quando o nome foi alterado para isso. A localidade era, na verdade, intitulada Santa Rita do Rio Negro e, até hoje, a padroeira local é Santa Rita, que nomeia ainda outro distrito cantagalense, a localidade de Santa Ria da Floresta.
Clélio Erthal ainda conclui sua carta com opinião pessoal sobre o artigo afirmando que, “sem dúvida, chega até a ser motivo de tristeza para nós, cultores da história e sabedores da grandeza atual e pretérita de Euclidelândia, ver transcrito em jornal artigos como ‘o maior romance e a pior cidade’.”