“As lições mais valiosas do mês de março”, por Amanda de Moraes

No dia 8 de março, celebrou-se mais uma homenagem às mulheres. Sobre o Dia Internacional, uma enxurrada de artigos em torno do tema apareceu em um simples google: a violência sofrida pelo sexo feminino ainda é alta. Não podemos descansar.

Violência doméstica, estética, política, desafios no trabalho, desigualdade salarial, medidas a serem tomadas em casos de importunação sexual, lembretes aos homens de que não significa não… a que ponto chegamos? Quando não versavam sobre essas formas de preconceito, enalteciam conquistas e avanços.

Para dar um plus, a internet foi inundada com takes de um discurso, no qual se apresentava uma mulher que iria assumir um cargo de poder pelo fato de ser considerada uma mulher fisicamente bonita. Por isso, mais manifestações sobre o machismo e sua forma de moldar o pensamento, de estruturar a sociedade e como homens mais velhos enfrentam dificuldades para adequarem seus discursos contra o preconceito.

Todos esses posicionamentos são absolutamente necessários. Porque hoje, em mais um mês de março, o assunto precisou ser repetido. Em reuniões formais e informais entre mulheres, lá estava o tema. No mês de março, lá estava o tema. E estará até quando?

Abordar tantas formas de preconceitos gera desgaste emocional. Pesa. Dá a sensação de que, apesar de toda a luta, debates, campanhas, avanços legislativos, estamos parados em um problema que insiste em não se resolver. Um nó que não desata. O cansaço gera isso. Faz parecer que estamos estagnados, a despeito dos remos a todo o vapor.
É claro que houve avanços, mas se deram porque lá estava o tema, sendo debatido, exaustivamente. Enquanto mulheres forem vítimas, manifestos devem ser feitos.

Para quem sofre o preconceito, existe por vezes o desejo de um breve descanso desse espetáculo chamado sociedade, moldada entre avanços e retrocessos, desalento e alegrias, indignação e contentamento, e muita mobilização social.
Bate o desejo de algo além das férias em uma casa na floresta, porque os problemas continuam a ecoar até em meio às belas paisagens. Nada a se fazer, nada por que brigar… uma completa utopia.

Porém, cá estamos nós, em meio à realidade, vivendo um mês de março monotemático, porque é necessário. Estamos em desenvolvimento. A roda não pode parar de girar até que o preconceito contra a mulher seja poeira do passado.

Amanda de Moraes Estefan é advogada, no Rio de Janeiro, e sócia do escritório Mirza & Malan Advogados. Ela é neta do ex-prefeito de Trajano de Moraes, João de Moraes
Amanda de Moraes Estefan é advogada, no Rio de Janeiro, e sócia do escritório Mirza & Malan Advogados. Ela é neta do ex-prefeito de Trajano de Moraes, João de Moraes

 

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