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Ao tomar conhecimento do trabalho exemplar realizado na cidade, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, empenhada em implantar um sistema igualmente satisfatório junto ao governo gaúcho, agendou visita a Carmo em comitiva liderada pelo secretário, Ciro Simoni.
A viagem é mais do que um conhecimento de causa. É o reconhecimento dos esforços empenhados pelo poder público carmense junto à sociedade local. Até 2007, o Hospital Estadual Teixeira Brandão (HETB ou, simplesmente, “Colônia”) era o ambiente de tratamento de pessoas com transtornos mentais na cidade. Com o seu fechamento, cerca de 300 pacientes precisaram ser acolhidos, já que haviam perdido vínculos familiares. Na época, técnicos do Governo do Estado estiveram em Carmo para traçarem o destino dos pacientes, seguindo os princípios da reforma psiquiátrica.
O antigo hospital, hoje, dá espaço a duas residências terapêuticas. Outras 22 se encontram no núcleo urbano. Aproximadamente 200 profissionais estão envolvidos diretamente com a rede de serviços. São 133 pessoas empregadas somente como cuidadores nos 24 locais de tratamento. E a Prefeitura investe recursos próprios em programas exclusivos, a exemplo do Serviço de Atenção à Infância e Juventude, com o objetivo de fortalecer o emprego de ações preventivas. Tudo em uma cidade de 16 mil habitantes.
– A experiência tem sido exitosa – comemora a coordenadora geral de Saúde Mental de Carmo, Rachel Pires Habib. “A princípio, foi realizado um trabalho maciço junto à população sobre o que é a loucura e o que é conviver com a loucura. Conseguiu-se, a partir daí, quebrar resistências. Hoje, a comunidade reconhece que os portadores de transtorno mental geram emprego e renda na cidade. Até porque recebem benefícios que ajudam a movimentar a economia através do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC-Loas) e do Projeto de Volta para a Casa (PVC)”, ressalta.
Carmo também conta com uma unidade do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), um Centro de Convivência para promoção de lazer e socialização, quatro leitos no Hospital Geral para atendimento a casos de urgência e emergência, o Serviço de Atendimento a Álcool e Drogas, além de ambulatório psiquiátrico.
A comitiva, que chegou em Carmo segunda passada, 28 de novembro, quer conhecer esse quadro de serviços e ambientes terapêuticos e ocupacionais no intuito de prescrever ações efetivas que poderão ser implantadas no Rio Grande do Sul. Antes, eles acompanharam a apresentação do trabalho realizado em nível municipal e estadual no Centro Cultural do município.