Bancos dizem ‘não’ a aumento real, e greve dos bancários continua

Os bancos já decidiram: não haverá aumento acima da inflação para os bancários, que estão em greve há mais de dez dias. As negociações dos bancários servem de modelo para os acordos salariais de todo o setor de serviços, segmento de maior pressão para inflação.

Nos últimos nove anos, a categoria teve 22,2% de aumento real, de acordo com a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Bancários). “Ninguém está falando em cortar benefícios e conceder zero de reajuste, o que seria um mau acordo. Ao repor o poder de compra, os bancários continuarão com os melhores salários do mercado, os melhores benefícios e a participação de lucros [PLR] garantida em convenção coletiva”, diz Magnus Apostólico, diretor de relações trabalhistas da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos).

O salário médio dos bancários é, hoje, de R$ 4.740, sendo que o piso salarial é de R$ 1.519. A PLR paga aos caixas de bancos, segundo o diretor, entre 3,5 e quatro salários adicionais. “Isso corresponde a quase 30% a mais no salário, se dividirmos o valor da PLR por mês”, diz o diretor.

Ainda segundo os bancos, a inflação pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulada nos últimos sete anos foi de 42%, enquanto a correção no piso do setor foi de 80%, e a dos salários, 60%.

Um dos motivos alegados para não conceder aumento real é o fato de o lucro obtido pelos bancos ter sido menor do que a inflação no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2012. Na média, os bancos lucraram 3,7% a mais, enquanto a inflação está em 6%. Neste ano, os bancários pedem reajuste salarial de 11,93%, sendo 5% de aumento real, além de PLR no valor de três salários mais R$ 5.553,15 fixos, entre outros.

No entanto, na sexta-feira, dia 27, o Banco do Brasil de Cantagalo funcionou para atender aos servidores municipais, que recebiam seus pagamentos.

Já a partir da segunda-feira, dia 30, as agências voltaram a funcionar normalmente em Cantagalo e Cordeiro, a princípio seria para atender o pagamento dos aposentados, mas o comando de greve pretende atuar mais fortemente nos grandes centros, visando pressionar os banqueiros para sentar à mesa de negociação. Até o fechamento desta edição, as informações eram desencontradas sobre o funcionamento dos bancos.

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