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Governo do Estado investe R$ 3 milhões na desapropriação de terreno e em obras de adaptação de antiga fazenda que conta a história de surgimento do município
O Museu Fazenda Luiz Corrêa da Rocha Sobrinho e o Centro Pró-Memória Manoel Erthal foram instalados na antiga sede da Fazenda Bom Jardim, desapropriada pelo Governo do Estado e doada à Prefeitura em 2014. A desapropriação do terreno e as obras de adaptação das antigas instalações da propriedade custaram R$ 3 milhões e foram financiadas pelo programa Somando Forças, da Secretaria Estadual de Obras. “Fizemos a desapropriação e reformamos este casarão, transformado em museu um espaço maravilhoso, que resgata a história do ciclo do café na Região Serrana”, disse o governador Luiz Fernando Pezão.
Construído no fim do século XIX pelo “coronel” Luiz Corrêa da Rocha Sobrinho, um dos maiores plantadores de café do estado na época, o casarão é a segunda sede da então Fazenda Bom Jardim, onde foi criado o distrito de Bom Jardim que, posteriormente, se tornou cidade.
– O município de Bom Jardim nasceu aqui, nesta fazenda. Ela será incluída no nosso circuito cultural – afirmou o secretário municipal de Esporte, Turismo, Cultura e Lazer, Déscio Luiz Freire.
A Fazenda Bom Jardim era, também, um dos principais núcleos econômicos do município, uma vez que o proprietário, além de produtor, era grande comprador e revendedor de café. A sede da propriedade também já abrigou a usina e torrefação do café Luco e a fábrica de vinho de laranja Lágrima de Nossa Senhora, além do laboratório de pesquisa da fábrica de caramelos Buzi.
O centro pró-memória, que recebeu o nome de Manoel Erthal, em homenagem ao pesquisador e autor do livro ‘Bom Jardim – Esboço Histórico e Coreográfico’, foi instalado em duas salas do casarão. Seu acervo reúne documentos diversos, como exemplares de jornais publicados na região desde o século XIX e fotografias. Todo o material está sendo digitalizado, para possibilitar a consulta de pesquisadores e estudantes, sem que haja o risco de danificar os documentos originais.
Presidente do Conselho de Turismo de Bom Jardim, Adriana da Rocha Silva Dutra, de 42 anos, comemorou a inauguração do museu. “Este espaço demonstra a preocupação do poder público com a cultura e a preservação da história de uma cidade. Aqui, será possível desenvolver projetos de uso e interação com a comunidade da cidade e de toda a região – afirmou.
Antiga sede da Fazenda de Luiz Corrêa é o Marco Zero da cidade de Bom Jardim
O “coronel” Luiz Corrêa da Rocha Sobrinho nasceu em 1º de fevereiro de 1862 e faleceu em 5 de dezembro de 1947.
Em 1980, Bom Jardim passou a ser administrado pelo pai de Geraldo Kooler, bisneto do “coronel” Luiz Corrêa, “coronel” Darcy Almeida Koeler, a pedido de Edith, filha de Luiz Corrêa da Rocha Sobrinho. Em 1985, foram iniciadas as conversas com a Prefeitura para a transferência da propriedade.
Em 10 de fevereiro de 1995, através do Decreto 862, a propriedade foi declarada de utilidade pública para fins de desapropriação, para surpresa da família e, em 1º de fevereiro de 1996, pelo Decreto 898, foi revogada essa desapropriação. Foi um período de enorme tristeza, tensão e muito desgaste pessoal para a família.
Nos anos de 1999 e 2000, a sede foi totalmente reformada, em função do estado precário em que se encontrava, tendo-se procurado manter o estado arquitetônico da época da sua construção, bem como foram implantadas novas áreas de laser na propriedade.
Em 19 de dezembro de 2008, houve uma conversa com o então prefeito Affonso Monnerat sobre a transferência de oito lotes “non edificantes” para a Prefeitura, ocasião em que foi comentado o interesse de negociar a propriedade com a Prefeitura.
Em 1º de outubro de 2009, o então prefeito Affonso Monnerat esteve na fazenda para informar o interesse da Prefeitura na propriedade, junto com alguns secretários. O prefeito recebeu uma proposta de venda atualizada, mas em função da calamidade ocorrida na Região Serrana, em janeiro de 2011, as negociações tiveram que ser paralisadas.
Em 30 de agosto de 2013, o prefeito Paulo Barros informou que “a propriedade seria declarada de utilidade pública, para fins de desapropriação, para a proteção do patrimônio histórico-cultural bonjardinense, considerando que a construção existente no local é o marco zero da cidade, que se desenvolveu em torno da Fazenda Bom Jardim”, o que, de fato, aconteceu em 5 de novembro de 2013, com a publicação do Decreto 2.808.
Na mesma data, foi iniciado o processo de desapropriação da sede da antiga Fazenda Bom Jardim, com a publicação do Decreto 2.808.
Em 15 de maio de 2014, foi assinada a escritura de desapropriação com a Prefeitura, depois de quase 30 anos de iniciadas as negociações, tendo sido fundamental, para isso, a determinação do ex-prefeito Affonso Monnerat e do atual prefeito Paulo Barros, que sempre tiveram esse ideal em prol da comunidade, que se alinhava com o pensamento da família.