Câmara de Nova Friburgo debate situação da Faculdade Santa Dorotéia

Ao abrir os trabalhos da audiência pública, o vereador Marcelo Verly leu ofício do deputado federal Glauber Braga justificando sua ausência por estar na Câmara dos Deputados, em Brasília. A seguir, falou sobre a necessidade de se buscar a melhor solução para a faculdade, que passa também pelo critério da agilidade, pois quanto mais tempo levar para a efetivação de uma solução, mais difícil será a manutenção das atividades da instituição. Verly afirmou que, independente da solução que seja efetivada, o Poder Público municipal não pode se omitir, nem deixar de apoiar e participar, opinião comungada por vários participantes da audiência. Destacou, mais uma vez, a viabilidade de o município assumir a faculdade, através dos recursos da Secretaria de Educação, proposta que lançou no final de 2011 quando participou da cerimônia do abraço simbólico à FFSD.

Compuseram a mesa principal a diretora do Instituto Superior de Educação da FFSD, professora Selma Ferro; a subsecretária pedagógica da Secretaria de Educação, Margarida Santana, representando o secretário Ricardo Lengruber; o professor Sidney Moura, do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe); e o aluno Pedro Monnerat, presidente do diretório Mário Prata.

Selma Ferro explicou que a Congregação das Irmãs de Santa Dorotéia não tinha mais condições de continuar sendo a mantenedora da FFSD e lamentava que não tivesse sido dado mais tempo para que se buscasse uma solução, embora a congregação tenha assumido o compromisso de formar os alunos matriculados. Mas informou também que o nome Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia acabaria quando o grupo interessado assumisse.

Pedro Monnerat destacou a importância da participação de todos, pois embora os atuais alunos estejam “garantidos”, é fundamental a permanência das atividades da FFSD, pois trata-se de uma referência não só na região, mas também no País. Segundo o presidente do diretório, os alunos estão do lado de quem se interessar em resolver a situação, seja através da municipalização, federalização ou de outra forma.

Sidney Moura se mostrou emocionado ao falar da faculdade, que o acolheu muito bem na época da ditadura quando foi perseguido politicamente. “O fim da FFSD abre uma lacuna”, declarou o professor explicando que seria uma cicatriz que talvez fique para sempre e defendeu a participação efetiva do Poder Público na solução. Reforçando o discurso do vereador Marcelo Verly, Sidney Moura afirmou que, pelos números divulgados, é possível o município assumir a FFSD. “Nós, do Sepe, estaremos empenhados em salvar a Faculdade Santa Dorotéia. Mas precisamos ter pressão e mobilização para fazer alguma proposta andar”, concluiu.

A subsecretária Margarida Santana disse que o secretário Ricardo Lengruber estava pessoalmente empenhado, desde o início, em ajudar a resolver o impasse que se criou, com o risco de se interromper as atividades da faculdade. “O objetivo é de se chegar a um bom termo”, falou a subsecretária, que informou estar na audiência como ouvinte para levar ao secretário todas as informações levantadas durante a audiência pública.

Embora não houvesse representante do Cefet na audiência pública, foi colocado pelo professor Rico e vereador Pierre que há real interesse em concretizar a encampação da FFSD, sendo que os professores teriam que fazer concurso público para poder continuar ministrando aulas na nova faculdade, o que foi considerado como uma dificuldade que necessitaria de outros debates específicos, caso a proposta avance.

O representante da Ucam (Universidade Candido Mendes), Juca Berbert, informou que a universidade também mostrou interesse em assumir os cursos da FFSD, mas que a negociação não havia prosperado em função da falta de retorno da instituição, mas que parabenizava a iniciativa do vereador Marcelo Verly, e que a Ucam continuava de portas abertas para a FFSD.

O professor João Raimundo lembrou que a Faculdade Santa Dorotéia não era apenas uma instituição de ensino, mas o maior centro de atividades culturais de Nova Friburgo e que o fechamento da faculdade iria contribuir para o empobrecimento cultural da cidade, pois a instituição sempre teve respeito pela diversidade, fosse cultural, religiosa ou política.

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