Em Itaocara, na Região Noroeste do estado, é a quinta vez que a campanha acontece, sempre acompanhada de um grande trabalho de conscientização junto aos agricultores e também nas escolas. “A campanha nas unidades de ensino surte efeito porque as crianças transmitem as informações aos pais. Além disso, elas também fiscalizam e cobram a atitude correta”, diz Mateus Aguiar, extensionista da Emater-Rio (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro). Os agentes municipais de saúde também foram mobilizados e repassaram as instruções nas visitas domiciliares.
Já em São Sebastião do Alto, dois caminhões coletores da Prefeitura percorreram 11 localidades dos quatro distritos do município durante a sexta edição da campanha. De acordo com o agrônomo do núcleo de Defesa Agropecuária de Cordeiro, Roberto Latgé de Azevedo, a iniciativa estimula a discussão sobre o uso dos defensivos, justamente para minimizar possíveis impactos ambientais. “As ações adotadas pelos parceiros envolvidos estão dando excelentes resultados. Os agricultores estão se conscientizando da real importância e da necessidade da correta destinação das embalagens vazias”, explicou o agrônomo.
Posto de coleta viabiliza a devolução
As quatro toneladas de embalagens recolhidas nos dois municípios foram levadas para o posto de recolhimento de Ponto de Pergunta, distrito de Itaocara. A unidade será administrada pela Arasef. “As embalagens ficarão aqui temporariamente. Serão separadas e levadas para Campos dos Goytacazes, onde algumas serão recicladas e outras incineradas”, explicou Carlos Dantas, presidente da entidade.
O posto foi inaugurado na tarde do dia 26 de outubro, finalizando a campanha. Durante a solenidade, o coordenador estadual de Defesa Sanitária Vegetal, Renato Machado Ferreira, afirmou que a unidade ajudará no trabalho de fiscalização. “Esta é uma grande conquista, fruto do trabalho de órgãos públicos e da iniciativa privada. Agora, ficou mais fácil para o agricultor cumprir a legislação, porque existe um local apropriado para a devolução das embalagens”, disse Renato Ferreira.
Participaram da solenidade agricultores, funcionários da Ceasa-RJ, Emater-Rio, Superintendência de Defesa Agropecuária, prefeituras e membros do Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro) e da Arasef. Houve, ainda, sorteio de kits com equipamentos de proteção individual (EPI) para os produtores rurais presentes.
Procedimentos de uso e destinação de embalagens
Atualmente, a legislação federal determina que as empresas produtoras e comercializadoras de defensivos agrícolas implementem, com a colaboração do poder público, programas educativos e mecanismos de controle e estímulo aos usuários, para a devolução de embalagens vazias. Já os agricultores também possuem deveres, como o armazenamento dos produtos em recipientes originais, fora do alcance de crianças e animais e em locais trancados.
Outro procedimento requerido é a tríplice lavagem ou a lavagem sob pressão, antes do recolhimento. Os produtores só devem comprar os defensivos químicos com receituário agronômico e prescrição de uso, em estabelecimentos licenciados para venda. No ato da devolução, as embalagens devem estar ensacadas e identificadas com o nome do agricultor. Só assim ele receberá o comprovante de devolução.