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No dia 28 de novembro, a professora Anabelle Loivos Considera defendeu seu Memorial Acadêmico, contendo todas as suas atividades de ensino, pesquisa e extensão na maior universidade pública do país, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, nos últimos 17 anos como docente da Faculdade de Educação. Além disso, Anabelle proferiu uma conferência intitulada “O giz me diz: formar leitores, formar professores”, obtendo nota máxima nos quesitos para promoção ao topo da carreira do magistério superior, como professora titular da cadeira de Didática Especial da Língua Portuguesa e suas Literaturas/ Prática de Ensino.
Anabelle Loivos foi aluna do Colégio Estadual Maria Zulmira Torres, em Cantagalo, onde fez seu curso Normal, entre 1988 e 1990. Trabalhou nas redes pública e privada de educação em Cantagalo e Nova Friburgo, até o início dos anos 2000. Transferiu-se para Niterói, onde cursou o mestrado em Literatura Portuguesa (entre 1997 e 1999) e o doutorado em Literatura Comparada (entre 2000 e 2005), ambos na UFF – Universidade Federal Fluminense. Em 2006, fez concurso público para a Faculdade de Educação da UFRJ e logrou o primeiro lugar, assumindo suas funções no ano seguinte. Seu estágio de pós-doutoramento foi cumprido junto à FFLCH – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – da USP, em São Paulo, no ano de 2019.
Atualmente, a professora Anabelle coordena, na FE-UFRJ, o Cespeb (Curso de Especialização em Práticas e Saberes da Educação Básica), com ênfase em Língua Portuguesa, além de desenvolver pesquisas sobre ensino de literatura e de coordenar quatro projetos de extensão: Clube de Leituragens Os Pacová; Coletivo Educação & Insubmissão; Fórum Euclides; e Conversas com quem gosta de ensinar.
Em Cantagalo, Anabelle coordena o “Ponto de Cultura Os Serões do Seu Euclides”, anexo à Casa de Euclides da Cunha, e a “Ludoteca da Cunha”, anexa à Biblioteca Municipal Acácio Ferreira Dias.
A professora Anabelle Loivos fez um depoimento sobre a sua chegada à titularidade:
“No dia 28 de novembro, defendi meu Memorial Acadêmico e realizei minha Conferência, requisitos para me tornar professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, minha Minerva romana e carioca, cindida entre as artes de bendizer e as de guerrear. Felicidade e gratidão me definem, neste momento.
Chegar à titularidade não deveria ser simplesmente um marcador de classe, que invariavelmente me “separa” de uma multidão de docentes que luta todos os dias pela sobrevivência; ao contrário, sendo eu tão representante da classe trabalhadora como os professores da educação básica, gostaria que esse rito de passagem significasse uma centelha capaz de rabiscar na lousa de nossos horizontes um cenário diferente, com nuances de sensibilidade, pertença, consciência, aptidão e consórcio entre a escola e a universidade.
Ter chegado até, dizendo-me como me digo (e o giz me diz…), é uma conquista de liberdade e um preito de bem-querença a essa Universidade do Brasil, do Rio de Janeiro, das quebradas, das pontes. É, ainda, um ato de representação de tantos outros colegas professores com os quais mantive estreita parceria, em tantos anos de trabalho, com o estágio supervisionado obrigatório da licenciatura nas escolas da educação básica. Comemorem comigo, somos Professores com “P” maiúsculo, somos mais.
Obrigada à banca poderosa que eu tive, meus mestres de ontem e de sempre – Marcelo, Mário, Lucia, Regina e Ana Christina, além dos luxuosos suplentes Cecília e Luiz -, que souberam me ler e ler comigo os versos-síntese de Sumano, metáfora de minha carreira acadêmica e minha pertença ao campo poético da Educação: “Nega escrita que viro MC/ Nega escola que viro griot”. Agora, é semear as memórias do futuro.”