Obras avançam em Cordeiro e Sistema Pare e Siga continua na RJ 116
Seja bem-vindo! Enfim, você: um novo tempo. Mais um sopro de esperança.
Confesso que esperei sua chegada e estava inquieta. A vida é como a partitura musical: se o tom não mudar, começa a ficar chata. Uma nota mais grave, outra nem tanto, e a alma embala na dança. Bons compositores da vida pensam na harmonia do surpreendente, do novo, não acha?
Em contrapartida, diz o saber popular que a expectativa é irmã da frustração. Na prática, esse ditado já foi testado por todos. É difícil frear o campo do desejo ante o novo. O coração humano não é muito bom nessa área porque está sempre em conflito com a razão. E espero que me entenda, 2024!
As emoções, assim como o raciocínio, fazem o ser humano e são inevitáveis. Talvez o equilíbrio entre esses dois seja o mais prudente a ser esperado. Ah… eis novamente a expectativa. Desculpa…
Na verdade, ela não é algo ruim, é o que faz com que busquemos a realização de algo, que caminhemos em direção à concretização de um objetivo. Talvez o ponto crucial seja a dose de realidade que injetamos nela. Os estoicos (como Marco Aurelio e Sêneca) não nos deixam esquecer: “Há muitas coisas fora do nosso controle, e, ante elas, precisamos analisar a forma como reagimos.”
Voltemos a nós dois. Como todo início de relacionamento, a empolgação está presente. Um frio na barriga, a vontade de viver os dias com intensidade, dando o melhor de si. Checklist das promessas. A vaidade diária. Roupa nova, malhação, sorriso no rosto. Olhar para o espelho e ver o que pode ser feito. Botox? Dizem que retarda o envelhecimento. Ah, nada como o frescor do que é recente…
O nosso relacionamento tem uma peculiaridade: já se inicia com prazo de validade: 366 dias, 12 meses. É tudo o que temos para fazer dar certo.
Eu sei que a única certeza que o mundo nos traz é a da mudança. “O inverno nunca falha em se tornar primavera.” – diz o budista Nitiren Daishonin. Como tudo na vida, os relacionamentos também mudam, caso se mantenham com sabedoria, amor e dedicação.
Logo virá o carnaval e as águas de março, para fecharem o verão. A temperatura diminui gradativamente, as folham caem, até chegarmos ao inverno, momento de menos Sol e mais cinza, aqui no Hemisfério Sul.
Para concluir esta carta a você, 2024, escutei Belchior: “Não quero o que a cabeça pensa, eu quero o que a alma deseja”. Intenso, não? Nada racional. E sabe o que mais lhe desejo? Que não sejamos mornos.