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Casa de Euclides da Cunha permanece fechada em Cantagalo
Escritor, jornalista, professor e cantagalense: Euclides da Cunha é considerado uma das personalidades mais importantes da literatura brasileira. Após construir sua trajetória e deixar um marco na história do país, na atualidade não está sendo possível conhecer de perto como foi o seu legado. Pelo menos, em Cantagalo.
Há quase 10 anos, a Casa de Euclides da Cunha segue fechada no município e deixa de compartilhar com moradores, visitantes e turistas, as histórias, memórias e um vasto acervo sobre a vida do escritor. O espaço que guarda documentos e objetos pessoais, artefatos da guerra e um dos primeiros exemplares de “Os Sertões”, permanece de portas trancadas.
A Casa de Euclides da Cunha foi criada em 1965 pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e representa o único centro cultural de Cantagalo. Atualmente, o espaço está sob administração direta da FUNARJ (Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro).
Apelo municipal
Embora a administração da Casa de Euclides da Cunha seja de cunho estadual, a gestão municipal de Cantagalo (somada a movimentos culturais) tem trabalhado ativamente para reverter a situação. Segundo o gestor de cultura e ex-assessor da pasta no município, Matheus Câmara, muito foi feito nos últimos anos para manter a memória do escritor viva na cidade.
Segundo ele, o GEAC (Grupo Euclidiano de Atividades Culturais), a Juventude Euclidiana Cantagalense e muitos outros estudiosos solicitaram a abertura da Casa. Além disso, enquanto atuante na prefeitura, Matheus incentivou projetos e atividades literárias na cidade: “enquanto assessor de cultura, realizei diversos eventos no espaço com o intuito de chamar a atenção para a sua reabertura, desde o Festival de Poesia Falada em homenagem a trovadora Ruth Farah Nacif Lutterback, passeio com alunos de escolas públicas até os Encontros de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Cantagalo e Região.”
Recentemente, eleito vereador na cidade, Matheus destaca ainda, que o município perde muito com o fechamento do atrativo cultural: “já se torna um enorme prejuízo para a literatura nacional, pois estamos falando de um espaço dedicado a um dos maiores escritores nacionais em seu berço de nascimento”.
Futuro da Casa
Atualmente a administração da Casa de Euclides da Cunha está sob o comando de Douglas Fasolato, coordenador de museus da FUNARJ. Em entrevista ao Jornal da Região, o gestor explicou como está o processo de reabertura do local. Segundo ele, o espaço “está em processo de reorganização administrativa e conceitual para que possa cumprir seu papel de destaque na região de Cantagalo”.
Além disso, o coordenador destacou que a sua gestão permanece em contato com a Secretaria de Cultura, Turismo, Esportes e Lazer do município, e que a FUNARJ “renovará o quadro de servidores para o atendimento e a gestão da Casa e vem conversando com outros atores culturais da região”.
Para o futuro, Douglas Fasolato ressaltou novos projetos para melhorar a infraestrutura do centro de memória e ainda destacou algumas novidades: “Estamos preparando a licitação para a realização das obras de melhorias e manutenção do espaço, já avaliadas pela equipe da Divisão Operacional da fundação. Já foram desenvolvidos projetos, como o de prevenção e combate a incêndio e pânico, que foi aprovado e agora será implantado. A equipe técnica da FUNARJ está trabalhando também para permitir maior interação pelas mídias digitais e o acesso online ao acervo, utilizando-se a plataforma do Sistema de Gerenciamento de Acervos Museológicos – SISGAM e a Rede Web de Museus. Brevemente, todo o acervo museológico e bibliográfico estará disponível online.”
Recentemente, no último dia 20 de janeiro, Euclides da Cunha completou 155 anos de história. O seu aniversário foi destaque na imprensa da região, e foi lembrado com carinho por muitos cantagalenses.