Com coronavírus, produção das indústrias do Centro-Norte Fluminense tem pior desempenho em todo o estado

Estudo da Firjan revela que incertezas quanto ao futuro dos negócios podem atrapalhar contratações e novos investimentos

A Sondagem Industrial divulgada pela Firjan nesta sexta-feira (8) mostra que o Centro-Norte Fluminense registrou o pior desempenho da atividade produtiva (17,0 pontos) das indústrias em todo o estado do Rio. O resultado para o 1º trimestre de 2020 é o pior já registrado desde o início da série histórica em 2010. A baixa performance se deve principalmente pelo avanço da pandemia de coronavírus e a paralisação de parte das indústrias. Com isso, a redução da demanda na região fez com que os estoques aumentassem (53,8 pontos).

Por conta da retração no volume produtivo, o parque industrial da região registrou ociosidade: as operações utilizaram pouco mais da metade (50,7%) da capacidade total e também chegaram ao menor nível já apurado pela pesquisa. O resultado é uma queda de 12% em relação ao apurado no último período de 2019.

Diante da fraca atividade produtiva e das dificuldades impostas pelo coronavírus à indústria, os empresários da região Centro-Norte se viram em momento delicado quanto ao momento financeiro de seus negócios (32,1), o que levou a uma margem de lucro baixa (27,7) evidenciando uma grande dificuldade de acesso ao crédito (23,2), pior resultado com redução de 14,3 pontos.

O fim de 2019 mostrou a indústria da região avançando, mesmo que lentamente. Eram boas notícias, principalmente, após o estado amargar uma crise econômica. Infelizmente, esse quadro foi interrompido de forma repentina e grande parte das indústrias teve que paralisar suas atividades, com isso muitas delas não conseguiram se reerguer. Por isso, acredito que seja um momento em que todas as esferas devem trabalhar em conjunto a fim de encontrar mecanismos que contribuam para a volta da atividade produtiva ao longo dos próximos meses”, afirma Márcia Carestiato, conselheira da Firjan Centro-Norte Fluminense.

A pesquisa também mostra a incerteza dos empresários sobre o futuro, sentimento diferente do observado pela Sondagem ao longo de 2019. O otimismo deu espaço há dúvidas sobre o andamento da economia nos próximos meses, já que não há perspectiva de demanda por produtos tanto no mercado interno quanto no exterior. Assim, a demanda por produtos industriais (26,8) apresentou queda de 38,4 pontos, reduzindo a expectativa da compra de matéria-prima (26,8) e contratação de empregados (29,5).

Além disso, a indústria da região que tem como clientes empresas dos EUA, Portugal Argentina e Uruguai, viu a possibilidade das exportações (25,0) reduzirem e a realização de novos investimentos (17,6 pontos) cair 33,9 pontos deixando evidente o pior resultado entre todas as regiões do Rio.

O levantamento da Sondagem Industrial é realizado com empresas de Bom Jardim, Cachoeiras de Macacu, Cantagalo, Carmo, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Nova Friburgo, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto, Sumidouro e Trajano de Moraes.

Veja com detalhes a pesquisa (clique para ampliar):

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