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É de R$ 1,6 bilhão – podendo chegar a R$ 2 bi, por conta de encargos tributários – o valor que o Brasil precisará investir para ter 100 milhões de doses (e autossuficiência) na produção da vacina contra o Covid-19, dentro da parceria firmada com a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca. Uma MP nesse sentido, já chamada de MP da Vacina, está em elaboração pelo governo.
A informação foi dada nesta terça-feira, dia 28/7, pela presidente da Fiocruz, Dra. Nísia Trindade, aos 15 deputados federais que, liderados pelo presidente da Comissão Externa do Coronavírus da Câmara, deputado Dr.Luizinho (PP-RJ), foram visitar Bio-Manguinhos. É lá onde são fabricadas (junto com o Instituto Butantã, em SP) a maioria das vacinas do Programa Nacional de Imunização do SUS. Os deputados que visitaram os laboratórios se comprometerem a apoiar a MP que deverá ser enviada pelo Governo ao Congresso.
De acordo com Nísia, os Ministérios da Saúde e da Economia têm trabalhado com a Fiocruz nessa engenharia financeira, para que seja feita a transferência de tecnologia para o Brasil e a entrega de 100 milhões de doses, a um custo de U$ 2,6 (R$ 14,50) a dose, considerando o dólar a R$ 5,6 reais. China e Índia já se anteciparam e estão produzindo a vacina antes mesmo da confirmação dos estudos, que já estão em fase adiantada.
“Os Estados Unidos estão sugerindo uma vacina de U$ 40 (R$ 260) a dose. Só aí, temos uma economia de R$ 22 bilhões de reais. Se agirmos com antecedência, teremos condições tecnológicas para abastecer mercado interno e ainda vender a vacina para o exterior”, disse Luizinho.
Com resultados positivos nos testes feitos até agora, e nota favorável da OMS, a vacina de Oxford é a que parece estar mais próxima da realidade brasileira. Segundo Nísia, é provável que seja concedida uma licença de fabricação para que o Brasil possa fazer como a China e a Índia e já começar a produzir. A expectativa é que, se tudo der certo, a produção seja iniciada ainda em dezembro deste ano. Mas, para isso, a fábrica de vacinas de Bio-Manguinhos terá que adquirir equipamentos e fazer adaptações no espaço físico.
Só a adequação de equipamentos e área de serviço o investimento previsto é de R$ 99,2 milhões. A participação do Brasil no projeto (de risco tecnológico) equivale a um desembolso de R$ 504 milhões, mas isso inclui a transferência de tecnologia, 30 milhões de doses numa primeira fase (dezembro) e outras 70 milhões numa etapa posterior (primeiro trimestre de 2021).
O colegiado visitou o CHP (Centro Henrique Penna), o DEPFI (Departamento de Processamento Final) e à Central Analítica da FIOCRUZ, que inaugura oficialmente dia 7 de agosto.
Os deputados que participaram da visita de hoje foram os seguintes: Luiz Antonio Teixeira Jr (PP-RJ), Jandira Feghali (PC do B-RJ), Alessandro Molon (PSB-RJ), Alexandre Serfiotis (PSD-RJ), Hiran Gonçalves (PP-RR), Rodrigo Coelho (PSB-RJ), Carmen Zanotto (CIDADANIA-SC), Pedro Westphalen (PP-RS), Carla Dickson (PROS-RN), General Peternelli (PSL-SP), Mariana Carvalho (PSDB-RO), Alexandre Padilha (PT-SP), Antonio Brito (PSD-BA), Christino Áureo (PP-RJ), e a ex-deputada Patrícia Ferraz (PODEMOS-AP).