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Relatório técnico, elaborado por especialistas da Fundacentro, analisa os riscos ocupacionais presentes no ambiente de trabalho da indústria frigorífica e os possíveis efeitos na saúde do trabalhador. O material está disponível no site da biblioteca da instituição.
O estudo, que faz a descrição de cada etapa do processo de produção nos frigoríficos de aves, desde a recepção até expedição dos produtos, aponta os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos ao desempenhar suas atividades.
As condições de trabalho nos ambientes frigoríficos são bastantes adversas para a saúde dos trabalhadores. A pesquisa evidencia a presença de exposição a riscos físicos, químicos e biológicos. A exposição elevada a risco ergonômico e psicossocial, como ritmo de trabalho intenso, fadiga, posturas incômodas, estresse, trabalho físico pesado e repetitivo, também foi observada. Além de riscos de acidentes no trabalho.
O relatório ainda traz uma análise sobre os dados de concessões de auxílio-doença acidentário (B91) e auxílio-doença previdenciário (B31), no período de 2012 até 2019.
Ao considerar os procedimentos de trabalho, os riscos ocupacionais em frigoríficos e compará-los com os dados previdenciários, verifica-se que há relação entre exposição aos riscos ocupacionais e o perfil de adoecimento dos trabalhadores bem como uma provável subnotificação das doenças relacionadas à atividade no setor. “Muitos trabalhadores que estão sendo afastados através de B31, deveriam estar afastados por B91”, concluem os autores.
“Espera-se que o presente relatório possa contribuir como subsídio técnico para novos estudos, bem como para implantação e/ou implementação de políticas públicas voltadas para controle e prevenção de riscos ocupacionais na indústria frigorífica, visando a melhoria dos ambientes e condições de trabalho, o que contribuirá na promoção da saúde dos trabalhadores do setor”, declaram os especialistas da Fundacentro.
O relatório técnico é uma iniciativa do projeto de pesquisa “Estudo preliminar sobre condições de trabalho e repercussões na saúde do trabalhador em ambiente de frigoríficos”, coordenado pela tecnologista Cristiane Maria Galvão Barbosa. Também fazem parte da equipe o pesquisador André Luís Santiago Maia e o estagiário José Radan.