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Uma das datas mais amadas pela população, o Carnaval no Brasil tem uma história interessante, que remonta às tradições europeias, incorporando influências africanas e indígenas.
Desde o Império Romano, as pessoas já tinham o hábito de se fantasiar nesta época do ano – 40 dias antes da Quaresma, período em que o cristão se abstém da carne e de outros prazeres – como forma de festejar. No Brasil, durante o período colonial, todas as classes sociais já participavam do “entrudo”, uma forma mais rudimentar e caótica da celebração, caracterizado por batalhas de água e brincadeiras nas ruas.
A evolução do carnaval no Brasil
No entanto, passaram-se vários anos até a festa assumir dimensões maiores. “No Rio de Janeiro, o carnaval ganhou destaque especial na década de 1930, com o governo autoritário de Vargas tentando disciplinar a sociedade, em meio à criação das primeiras escolas de samba. Essas escolas transformaram o Carnaval em um espetáculo grandioso e internacionalmente reconhecido”, afirma Igor Vieira, autor de História do Sistema de Ensino pH.
De qualquer forma, foi apenas na década de 1980 que os desfiles no Sambódromo do Rio de Janeiro tiveram início, tornando-se uma parte essencial da festividade. Com muita extravagância, competições entre escolas e um samba envolvente, o Carnaval carioca é um verdadeiro palco, atraindo visitantes de todo o mundo.
Marcado pela diversidade e pela criatividade, o Carnaval assume uma atmosfera única em cada região do Brasil. Na Bahia, o destaque fica para os trios elétricos, os tradicionais blocos afro e a fusão de ritmos regionais.
“Já em Pernambuco, o Carnaval é marcado por tradições como o frevo e o maracatu. O Galo da Madrugada, maior bloco do mundo, enche as ruas do Recife de cores e ritmos vibrantes”, acrescenta Vieira. Hoje, os blocos de rua têm ganhado destaque em várias cidades brasileiras, como uma forma mais democrática de participação.
5 curiosidades sobre o Carnaval
Se você gosta do Carnaval, não importa a forma que escolha comemorá-lo, confira 5 curiosidades sobre a data, apontadas por Igor Vieira:
1 – Bebidas alcoólicas eram proibidas
Na década de 1930, foram implementadas medidas de proibição do consumo de bebidas alcoólicas durante esse período festivo. Essa iniciativa fazia parte de uma série de políticas conhecidas como “Leis Morais”, que visavam impor padrões de comportamento social considerados moralmente aceitáveis pela visão do governo Vargas.
2 – A primeira escola de samba foi criada na década de 1920
A mais antiga escola de samba do Rio de Janeiro é a “Deixa Falar”. Fundada em 1928 por Ismael Silva, um dos pioneiros do samba carioca, foi precursora do que viria a ser conhecido como desfile das escolas de samba. Em 1930, a “Deixa Falar” transformou-se em “Estação Primeira de Mangueira”.
3- O significado do termo “Carnaval” está associado ao jejum
A palavra Carnaval tem suas raízes na expressão latina “carnen levare” ou que significa “abster-se da carne”. Essa referência está relacionada ao período que antecede a Quaresma, durante o qual muitas pessoas praticavam tradicionalmente o jejum e a abstinência de carne.
4 – A primeira marcha carnavalesca foi composta em 1889
A pioneira Chiquinha Gonzaga deixou sua marca na história do Carnaval brasileiro ao compor “Abre Alas”, em 1889. Sua criação tornou-se a primeira música reconhecida como marcha carnavalesca e foi concebida para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro.
5 – O desfile mais longo aconteceu em 2019
Em 2019, a escola de samba Gaviões da Fiel, de São Paulo, fez história ao realizar o desfile mais longo da história do carnaval brasileiro. A escola levou quase quatro horas para atravessar o sambódromo.