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Um grupo de pessoas invadiu, dia 10 de setembro, alguns apartamentos num conjunto habitacional na cidade de Carmo. O prefeito César Ladeira afirmou que as casas são de responsabilidade do Governo do Estado e da Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro (Cehab). “É o proponente da obra e fiscalizador. Na verdade, o que o município tem vontade de contemplar as famílias que estão de verdade necessitadas e estão em um processo de vulnerabilidade social. O que eu fiz até a semana retrasada foi muitas idas até a Cehab, junto ao secretário da Habitação, Bernardo Rossi, grande amigo e um cara querido, cobrá-lo a conclusão da obra”, afirma.
Ladeira acha que, neste momento, é quase impossível o Estado concluir a obra, por conta de que passa por grandes dificuldades financeiras. “Para termos uma ideia, o Estado, hoje, segundo ficamos sabendo, que as empresas estão tirando o ar condicionado e os computadores das escolas. Enfim, o Estado passa pela pior crise da sua história,” pondera.
O prefeito esteve no conjunto habitacional dia 15, conversando com os invasores e moradores. “Conversei com cada morador, ou melhor, ocupante das casas, falando das nossas dificuldades, das nossas limitações, e todo mundo que está lá sabe que eu não autorizei ninguém a entrar lá. Nós até entendemos quando o cidadão faz isso. Todos que estão lá têm necessidade de fato de estar naquele lugar, são pessoas que vivem realmente de aluguel e têm suas limitações, só que aí cabe ao Estado. Junto com o pessoal da Assistência Social, do Governo do Estado, com o nosso corpo jurídico e nossas assistentes sociais, faremos o credenciamento, pois a nossa vontade é resolver e solucionar”, disse o prefeito.
– Sou nascida e criada em Carmo e, aqui, vou morar com meus dois filhos. Estou aqui desde sexta-feira (11 de setembro), vim pra cá, pois não tenho casa. Aqui, não temos água e nem luz, temos que buscar em baldes para usar – justificou Cíntia Silva da Conceição.
Para Regilene dos Santos Machado (do lar) “estou morando aqui, com meu marido e mais cinco crianças. Tenho problema de saúde, pagava R$ 350 de aluguel, só vim pra cá para minhas crianças não passarem fome”, emocionou.