Construção civil diminui expectativa de crescimento de 4% para 2,5% neste ano

A escassez dos insumos da construção civil tem sido mesmo o principal vilão do setor desde o início da pandemia. Embora o cenário econômico ofereça perspectivas promissoras, com taxas de juros atraentes tanto para as construtoras quanto para os compradores, a dificuldade de obtenção de matéria-prima afeta o crescimento.

No início do ano, a projeção de especialistas era de um crescimento próximo de 4% em relação a 2020, o que representaria a maior alta desde 2013. Mas a falta de insumos já faz o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria da construção civil cair para 2,5%. A avaliação é da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Um outro estudo, feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que mais de 70% das empresas ligadas à construção civil têm dificuldade de acesso a matéria-prima. Isso serve de parâmetro para explicar também por que a escassez inflacionou os preços nos últimos 12 meses. O último Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que materiais e equipamentos tiveram uma alta de 27,26%, a maior desde que o índice foi criado, em 1998.

Para o diretor comercial da empresa de revestimentos sustentáveis Ecogranito, Renato Las Casas, ainda dá pra avaliar como positiva a projeção de 2,5% de crescimento em 2021. Mas ele pondera: “não sabemos como nem até quando isso vai se manter. À medida que o tempo passa e as soluções não vêm, o otimismo dos empresários da construção vai diminuindo. Por isso, eu diria que a tendência, pelo menos por enquanto, ainda é de retração desse crescimento. A não ser que haja uma reviravolta“, avalia.

Las Casas alerta ainda que a dificuldade do setor pode ecoar negativamente por outras áreas da economia e gerar uma pane no desenvolvimento do país. “Existem dezenas e dezenas de áreas atreladas ao desempenho da construção civil. Esfriar isso agora pode desencadear um efeito cascata que vai ter impactos profundos em um cenário já desanimador por conta da pandemia, inclusive em um aumento expressivo do desemprego, que já está encostando nos 15%“, avisa.

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