Coreto de Cantagalo é tombado pelo Inepac

A Secretaria de Cultura de Cantagalo deu início ao projeto ‘9 Cultural’, que tem como objetivo servir como uma espécie de contagem regressiva para os 200 anos de emancipação do município, que serão completados em 9 de março de 2014. A proposta do novo projeto é realizar uma atividade cultural na cidade todo dia 9 de cada mês, com culminância em 9 de março do ano que vem.

Na primeira edição, na sede da própria secretaria, foi realizada uma roda de conversa com o tema ‘O Jardim de Cantagalo’, contando com participação de pessoas de vários segmentos da sociedade. Opiniões, sugestões, críticas e até histórias pessoais vividas dentro do jardim, hoje chamado de Praça João XXIII, foram discutidos e contados durante o evento, que também contou com participação de poetas e trovadores, que destacaram textos literários produzidos em homenagem ao jardim.

Um dos temas girou em torno da necessidade da reforma do coreto do jardim, uma construção romântica da década de 1920, de planta octogonal, que possui o embasamento, o guarda-corpo, a escada e os pilares moldados em concreto, imitando formas vegetais. O coreto é o único bem imóvel de Cantagalo tombado, ainda que provisoriamente, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). O processo foi iniciado em 16 de dezembro de 1985. Só que, para a reforma, há necessidade de autorização e acompanhamento do Inepac, o que será providenciado pela Prefeitura o mais breve possível.

Aberto pelo secretário de Cultura, Gildomar Bard da Silveira, o projeto, de cara, já recebeu a primeira sugestão: passar a integrar a rede municipal de ensino, envolvendo alunos e professores no desenvolvimento de trabalhos e atividades voltados à história do município e sua importância nos cenários regional, estadual e nacional. A ideia foi apresentada pela secretária municipal de Educação, Lucinha Farah Noronha, e acatada pela Secretaria de Cultura. “Podemos, imediatamente, articular essa parceria”, respondeu o secretário de Cultura.

As necessidades de reforma, de contratação de um paisagista, de inclusão de flores e do resgate da história do local também foram discutidas. A primeira-dama do município, Lenora Bittencourt Papelbaum, que representou o prefeito Saulo Gouvea (PT), que não pode participar devido a outros compromissos, sugeriu uma parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. “Hoje, temos um secretário que também é biólogo. Minha sugestão é que possamos catalogar as espécies encontradas no jardim, facilitando para cantagalenses e visitantes a identificação”, disse.

Para reformar o jardim, há a necessidade não só da contratação de um paisagista, mas de um especialista em jardins históricos. Esta é a opinião do professor João Bôsco de Paula Bon Cardoso, ex-assessor de Cultura de Cantagalo, que também defendeu o resgate da história remota do jardim, que teve início com o Barão de Cantagalo, que começou a formação botânica do local. “Podemos observar que o nosso jardim surgiu a partir de um pomar. Uma parte dele é formada por árvores frutíferas, enquanto a outra possui madeira de lei. Isso faz parte de uma história, de um contexto que necessita ser resgatado, contado e preservado”, destacou João Bôsco, que também lembrou que o jardim já foi fechado por um gradil, que, mais tarde, foi retirado e enviado ao adro da Igreja de Nossa Senhora da Piedade, em Cordeiro, na época ainda segundo distrito de Cantagalo, onde se encontra até hoje.

Durante a reunião, surgiram outras sugestões, como a inclusão de pequenas biografias sobre personalidades retratadas no jardim em bustos, como Euclides da Cunha, Maestro Joaquim Antônio Naegele, Herculano Mafra e Arthur Nunes da Silva, para que as pessoas saibam de quem se trata.

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