Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
Deputados que integram a CPI da Energia Elétrica, instituída pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), exigiram que a concessionária Enel detalhe os investimentos realizados no Noroeste fluminense. O objetivo é avaliar a efetividade da aplicação de R$ 267 milhões, que a empresa alega ter feito em melhoria do sistema no últimos quatro anos, segundo dado apresentado à comissão, durante audiência pública realizada no dia 08/06. Os parlamentares consideraram a prestação de contas genérica e inespecífica.
A concessionária Enel assumiu, em 2017, o fornecimento de energia elétrica em 66 dos 92 municípios do estado. Presente à audiência, o presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT), questionou a falta de resultados das ações da empresa. Apoiado nos depoimentos de empresários e produtores rurais da região, o deputado ressaltou que a má-qualidade dos serviços da concessionária tem causado enormes prejuízos ao desenvolvimento econômico do Estado do Rio.
“Poda de árvore não pode ser considerado investimento. Trouxeram índices ultrapassados. Queremos saber onde e como os recursos foram investidos. A região está perdendo capacidade de atrair investimentos. Precisamos de soluções, de resolutividade. Somente com mais qualidade no fornecimento de energia elétrica os empresários irão empregar mais na região”, afirmou.
Presidente da CPI, o deputado Rodrigo Amorim (PTB) acusou a empresa de agir com falta de transparência.
“Queríamos fazer uma avaliação técnica, apurar profundamente, mas nos apresentaram números vagos e soltos. Fico constrangido com o papel que estão fazendo. É uma tentativa de imposição de marketing apenas”, criticou o deputado.
O diretor de Relações Institucionais da Enel, Guilherme Brasil Freitas, afirmou que, além dos R$ 267 milhões aplicados nos municípios do Noroeste, a concessionária pretende investir mais R$ 50 milhões este ano. Ele alegou que, nos últimos quatro anos, houve redução de 42% na quantidade de horas de interrupção do serviço na região. “Os investimentos geram resultado na ponta, na sensibilidade do cliente, o que mostra a qualidade dos recursos aplicados. O serviço está globalmente melhor, mas pontualmente pior”, justificou.
O diretor-geral da Alerj, Wagner Victer, que é engenheiro e ex-secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Estado do Rio, sugeriu que a CPI recorra ao apoio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
“A Enel tem que passar por inspeções regulares da agência reguladora. A CPI poderia requisitar inspeções extraordinárias da Aneel nas instalações do Noroeste fluminense”.
A proposta foi acolhida pelos membros da CPI que também vão solicitar à agência a descrição detalhada dos investimentos realizados pela Enel desde o início da atuação da empresa no estado. Os parlamentares também vão insistir no comparecimento do presidente da concessionária a futuras audiências.
Ausência de conselheiros da Agenersa repercute
A ausência de conselheiros da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado (Agenersa) na audiência foi criticada pelos parlamentares. “Não vir à CPI é desrespeitoso. Diziam que o serviço de energia elétrica iria melhorar com a privatização, mas não melhorou nada, porque não há agência reguladora”, declarou.
A assessora institucional da Agenersa, Gilda Fátima de Oliveira, ressaltou que para a fiscalização do serviço de energia elétrica é necessário um convênio de cooperação entre Aneel e Agenersa. Gilda informou que há 80 servidores na agência, dos quais apenas dez seriam servidores públicos efetivos.
Foto: Rafael Wallace