Defensoria Pública celebra 70 anos de existência

Defensoria Pública celebra 70 anos de existência

As famosas colunas do Teatro Riachuelo, construído na década de 80, foram palco de um evento tão histórico quanto o antigo Cine Palácio: a solenidade de comemoração dos 70 anos da Defensoria Pública do Rio de Janeiro. O evento, que aconteceu na última sexta-feira, 23 de agosto, foi marcado por muita emoção e pela presença de defensoras(res), servidoras(es) e diversas autoridades do sistema de justiça e do Estado do Rio.

A cerimônia teve seu início com a exibição do documentário “Histórias dos 70 anos”, que narra a trajetória de quatro usuários, cujas vidas foram transformadas pela atuação da Defensoria Pública. O filme emocionou os presentes ao destacar o impacto significativo da instituição na vida daqueles que mais necessitam de ajuda.

Em seguida, a Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga, composta exclusivamente por meninas da rede pública de ensino do Estado, encantou o público com a interpretação de grandes canções da música popular brasileira, como “Maria, Maria” e “O Guarani”.

Durante a abertura, a deputada Tia Ju celebrou os 70 anos da DPRJ, destacando o papel crucial da instituição na defesa dos direitos dos mais vulneráveis. Ela ressaltou o crescimento da Defensoria ao longo das décadas, evidenciado pelos quase 3 milhões de atendimentos realizados no último ano, e homenageou a defensora pública-geral, Patrícia Cardoso, como a primeira mulher a liderar a instituição.

Desde os primeiros seis defensores, a instituição cresceu e se expandiu, tornando-se a estrutura robusta que conhecemos hoje. No último ano, realizou quase 3 milhões de atendimentos. Ao longo das décadas, a Defensoria destacou-se em diversas frentes, especialmente nos esforços para garantir direitos fundamentais da população mais vulnerável. Obrigada por existirem e parabéns!“, disse a deputada.

Também presente à mesa, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Ricardo Cardoso, discursou inspirado por sua experiência no tempo em que foi defensor público. Ele relembrou os desafios enfrentados pela instituição no passado e expressou orgulho pela evolução da DPRJ, que se tornou uma instituição forte e vibrante na defesa dos direitos dos mais vulneráveis.

Uma instituição que hoje celebra 70 anos, e da qual tive o orgulho de fazer parte por seis anos. Na minha época, a Defensoria, que era apenas um departamento da Secretaria de Justiça, ocupando uma parte de um andar, sem autonomia, sem recursos, vivendo de favores tanto do Executivo quanto do Judiciário. Os senhores, especialmente os mais jovens, talvez não tenham ideia do que os antigos defensores enfrentaram. Foi um caminho muito árduo para todos nós. Hoje, vejo essa instituição forte, vibrante, que luta pelos direitos dos invisíveis e cumpre sua missão de forma exemplar, como vimos nos belíssimos depoimentos apresentados. Como chefe do poder judiciário e ex-defensor, só posso expressar minha enorme felicidade e orgulho por todos vocês“, ressaltou o presidente do TJ.

 

Uma trajetória histórica e de muita luta!

Em seguida, a defensora pública-geral, Patrícia Cardoso, em sua fala, traçou a trajetória histórica da Defensoria, enfatizando sua evolução e consolidação ao longo das décadas. Ela também reconheceu o esforço dos defensores públicos pioneiros e agradeceu a todos os colaboradores pelo trabalho dedicado, reforçando o compromisso contínuo da instituição em promover justiça e atender a população com eficiência.

Hoje é dia de agradecer a cada um daquelas e daqueles que, com seu esforço, muitas vezes abrindo mão da vida pessoal, elevaram a Defensoria ao patamar em que hoje ela se encontra. Sem vocês, não estaríamos aqui hoje. A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro evoluiu, a passos largos, para a instituição que temos hoje, com suas autonomias administrativa e financeira, sempre lutando para cumprir sua missão constitucional. Para levar acesso à justiça à população, rodamos 24 horas, 7 dias por semana, trabalhando em nossas sedes, nos plantões e em parceria com o Tribunal de Justiça. Fiscalizamos a execução das políticas públicas sempre com o intuito de cooperar com os gestores, procurando a solução extrajudicial e apenas recorrendo à judicialização em último caso. Que venham mais 70 anos de sorrisos, lágrimas, vitórias e superação de obstáculos, mas, acima de tudo, de uma defesa intransigente da população fluminense. Muito obrigada!“, finalizou Cardoso.

 

Veja a fala completa abaixo:

 

Homenagem aos aposentados

Outro ponto de destaque do evento foi a homenagem especial às defensoras e defensores públicos aposentados que, com uma atuação impecável ao longo de anos de dedicação, contribuíram significativamente para a valorização, o crescimento e o fortalecimento da Defensoria.

Representando a classe, a defensora Sara Raquel Quimas destacou a trajetória de alguns desses profissionais, mencionou o documentário “Paixão Verde” e reforçou a importância de valorizar a memória institucional, por meio de iniciativas como o Projeto Memória, o documentário e esta homenagem.

Nós, defensores públicos aposentados, somos testemunhas oculares da construção da Defensoria Pública. Participamos ativamente de todas as etapas, mesmo nos momentos mais desafiadores. Perseveramos e resistimos, contribuindo para que a instituição se tornasse o que é hoje. Temos imenso orgulho de termos feito parte dessa história e de termos sido impulsionados pelos colegas que estavam na ativa naquela época“, disse a defensora aposentada.

Em seguida, foi exibido um vídeo homenageando as(os) defensoras(es) aposentadas(os) André de Jesus, Arlanza Rabello, Carlos Dourado, Clarice Amaresco, Edna Miudin, Elaine Maria Fernandez, Glauce Mendes Franco, Iara Freire, Ligia Serrano, Liliane Oliveira, Lucia Vieira Alves, Manoel Varela, Maria Inês Camara, Maria Isabel Pereira, Mario Lucio de Andrade, Mariza Cassus, Mônica Marques, Nelson Cassus, Nilton Martins, Nilton Manoel Honório, Roberto Reis, Roberto Vitagliano, Rosana Leal, Sara Raquel Quimas, Silvia Maria de Sequeira, Sueli Gallo Dutra, Vera Lucia Baptista e Vânia Renault.

Durante o evento, uma cabine ficou disponível para o público presente gravar depoimentos. Tratava-se de uma espécie de ‘Cápsula do tempo’ da DPRJ, que capturou vídeos curtos nos quais as(os) participantes responderam à pergunta “Qual é a Defensoria Pública que você deseja para o futuro?“.

A noite terminou com show do cantor Diogo Nogueira, homenageando clássicos do samba e da MPB, em um repertório que englobou composições de Cartola, Pixinguinha, Caetano Veloso, Gilberto Gil, e Lulu Santos entre outros(as) artistas.

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