Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
Uma estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de 30 milhões de cães e gatos estejam em situação de abandono no Brasil. Abandonar ou maltratar animais é crime previsto pela Lei Federal nº 9.605/98. Além disso, uma nova legislação, a Lei Federal nº 14.064/20, sancionada em setembro de 2020, aumentou a pena de detenção que era de até um ano para até cinco anos para quem cometer este crime.
Para tentar mudar esse quadro, o deputado federal Luiz Antônio Corrêa (PL/RJ) tem percorrido o interior do estado do Rio de Janeiro para distribuir emendas parlamentares para a compra de castramóveis (veículos adaptados para a castração de cães e gatos). Recentemente, o parlamentar esteve em São Fidélis para conhecer uma empresa de carrocerias que também fabrica os equipamentos.
Segundo o deputado, o objetivo é ajudar municípios menores a reduzirem o número de animais abandonados e os casos de maus-tratos. “Aqui no Centro-Norte/Noroeste Fluminense já temos emendas direcionadas a Bom Jardim, Itaocara, Santa Maria Madalena, Cordeiro, Porciúncula e São Sebastião do Alto. Agora, mais do que repassar essa verba, quero conhecer melhor as opções de equipamentos para ajudar as prefeituras”.
Ele também cita que essa é uma questão de saúde pública. “Animais nas ruas causam acidentes de trânsito e afetam a saúde pública, porque podem transmitir doenças que afetam tanto humanos quanto outros animais. A forma mais eficiente de reduzir esse problema é a castração, porque evita a procriação indesejada e por consequência o abandono”, afirma Luiz Antônio.
Aprendizado em outros em municípios
Antes de visitar os primeiros municípios que devem receber os castramóveis, o deputado Luiz Antônio esteve em Resende e Barra do Piraí, cidades que se destacam no Rio de Janeiro por já apresentarem avanços na defesa dos animais. Barra do Piraí conta com castramóveis itinerantes que percorrem os bairros das cidades atendendo moradores e protetores e Resende inaugurou um hospital público de excelente infraestrutura para atender os animais de pessoas mais carentes.
Nesses encontros o deputado notou que a parceria com a população foi fundamental para que os projetos vingassem. “O envolvimento da sociedade é vital para o funcionamento dessa iniciativa. Precisamos ter os protetores dos municípios unidos para ajudar na divulgação e conscientizarem os tutores da importância da castração e explicar que é um procedimento que vai melhorar a vida do animal. Se a população não abraçar essa causa fica muito difícil para o poder público agir sozinho”, relatou o parlamentar.
Abandono aumenta durante pandemia
Embora muitas famílias decidiram adotar ou comprar um animal de estimação para ter uma nova companhia durante a pandemia do Coronavírus, o número de pets abandonados sofreu um relevante aumento. O cenário é confirmado por organizações não-governamentais, pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária e até mesmo pela SaferNet Brasil, organização que monitora conteúdos que violam direitos na internet.
Em entrevista para a BBC News Brasil, o diretor da ONG Cão Sem Dono, Vicente Define Neto relata que desde o agravamento da pandemia no Brasil tem recebido cerca de 200 e-mails por dia. Em geral, de gente interessada em encontrar novos donos para seus pets. Segundo ele, é um aumento de 40% da procura anterior ao período.
De acordo com Neto, esse é um número absurdo e como as ONGs estão lotadas, certamente são animais que serão abandonados posteriormente. Os motivos relatados por quem o procura são, quase sempre, relacionados ao novo coronavírus — ou a crise decorrente da pandemia. “Entre os fatores, estão a perda de emprego e gente que está indo morar de favor com algum parente e não tem como levar o animal”, diz o diretor.