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O ex-prefeito de Carmo, Paulo César Ladeira foi preso na segunda-feira, 7, após desdobramentos da Operação Chorume do Ministério Público, que investiga ações de corrupção na prefeitura da cidade. Suspeito de firmar contratos fraudulentos durante a sua gestão, de 2017 a 2020, o ex-gestor estaria fazendo parte de uma organização criminosa no município. Segundo o inquérito, funcionários da prefeitura receberam pela aquisição de contratos superfaturados cerca de R$40 milhões em propina. Pelo menos, duas empresas de limpeza urbana, também estão sendo investigadas por envolvimento no caso.
O Ministério Público, em parceria com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) e a Polícia Civil, cumpriram, 8 mandados de prisão e 14 mandados de busca e apreensão durante a operação, que está desvendando o esquema.
O promotor do Gaeco, Fabiano Oliveira, em entrevista à InterTV, esclareceu mais detalhes do caso. Segundo ele, Paulo César Ladeira recebia dinheiro de propina mensalmente para manter o sistema de corrupção ativo.
“Esse esquema só era possível mediante os ajustes que foram celebrados entre essas empresas e estes empresários, e a gestão do ex-prefeito do Carmo, que, em contrapartida, ao fornecimento desses contratos para as empresas direcionadas, recebia valores mensais em dinheiro. Isso ficou claro a partir das provas que foram produzidas e culminaram na deflagração da fase 2 da Operação Chorume” – esclareceu o promotor.
Paulo César Ladeira, já havia sido preso em 29 de março deste ano, na primeira fase da Operação Chorume. Na ocasião, uma quantia no valor de aproximadamente R$130 mil foi encontrada enterrada em seu sítio. Na época, o ex-prefeito foi autuado por lavagem e ocultação de dinheiro de propina.
A participação das empresas de Limpeza Urbana no caso
De acordo com as investigações, os contratos fraudulentos e superfaturados com as duas empresas de coleta de lixo, juntos, chegam ao valor estimado de R$40 milhões. Segundo o MP, em apenas um deles, o prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$6 milhões. Durante a operação, os agentes também apreenderam moedas virtuais que seriam utilizadas para lavar o dinheiro adquirido pelo esquema de corrupção.
Para o promotor do Gaeco, Fabiano Oliveira, a iniciativa de utilizar o dinheiro virtual foi uma forma de dificultar as investigações do Ministério Público. Porém, o procedimento adotado no esquema de fraudes, não funcionou e foi descoberto.
“As investigações demonstraram também que o núcleo empresarial movimentava grandes quantias em dinheiro, quantias milionárias. E esses valores, que eram oriundos de contratos firmados com o poder público, eram objetos de manobra de lavagem de dinheiro. Uma dessas manobras envolvia a compra de criptoativos. Considerando o mercado novo de criptomoedas e a maior dificuldade do estado em perseguir, alcançar e apreender esses valores, essa era uma ferramenta que era muito utilizada pelo núcleo empresarial, mas o Ministério Público e a Polícia Civil também atuaram na busca da apreensão dessas criptomoedas, obtendo sucesso nas diligências empreendidas.”
Detalhes sobre as prisões e apreensões
A Operação Chorume apreendeu no decorrer de suas investigações, 12 celulares, 13 notebooks, aproximadamente R$5 mil e US$ 700 dólares. Além disso, foram retidos documentos relacionados às empresas, cartões de créditos em nome de terceiros, 2 HDs, 1 tablet, 1 relógio e 3 carros.
Além do ex-prefeito, Paulo César Ladeira, foram presos os empresários Wesley Ferreira Pessanha e Celciomar Ferreira Pessanha, e a empresária Selma Ferreira Pessanha. Além deles também foram detidos o servidor público, Lindbergh de Melo Costa e José Henrique dos Santos Mendonça, que segundo o inquérito, era o braço forte dos empresários. Por fim, o empresário Murilo Neves Moura e o ex-secretário de Meio Ambiente, Ronaldo Rocha Ribeiro já haviam sido presos no início deste ano.
Nota da Câmara Municipal do Carmo
Por fim, alguns dos atuais vereadores da Câmara Municipal de Carmo expuseram os seus pensamentos sobre o caso. Em nota à InterTV, se manifestaram Adriano Melo da Silva, Priscila de Moura Peixoto, Leandro Reis Huguenin, Willians Santos Cândido e Vilmar Dias de Carvalho.
Os vereadores anunciaram que “manifestam apoio incondicional aos atos de combate à corrupção, efetivados pela Promotoria de Justiça de Carmo e pela Polícia Civil. E que é de interesse público que tudo seja esclarecido rapidamente com punições efetivas àqueles que tenham praticado atos de corrupção”.