Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
Naquele tempo, quando cursava o ginasial no extinto Colégio Euclides da Cunha, antes do início das aulas, as turmas ficavam perfiladas no pátio, do primeiro ao quarto ano, filas masculinas e femininas. Em posição de sentido, era cantado o Hino Nacional Brasileiro. Depois, ordeiramente, cada turma caminhava para a sua sala.
No mês de setembro, era cantado o belíssimo Hino da Independência, sendo ensaiada a marcha para o desfile de 7 de Setembro, sob o comando do Prof. Ciro Feijó, que tudo dirigia com uma pequena vara de bambu, muito fina, que de leve batia da perna daqueles que estavam com o passo errado. Tudo levado muito a sério pelos alunos e professores.
No dia 7 de Setembro, data magna do Brasil, segundo os historiadores, era o grande desfile pelas ruas da cidade, com a bateria super ensaiada, todos vestidos de branco desfilávamos por Cantagalo, sob os aplausos do povo.
O desfile era encerrado defronte a sede do colégio, onde hoje está o nosso Banco do Brasil. Havia uma grande sacada de ferro no sobrado, onde as autoridades permaneciam postadas. Era a hora do advogado Dr. Francisco Leite Teixeira fazer o seu discurso sobre a data e o Brasil. Em geral, longos discursos, com os alunos suados e sedentos a ouvi-lo.
No mês de novembro, era a vez do Hino à Bandeira, cantado durante todo o mês para que ficasse bem decorado, tudo sob o comando da incansável e patriótica Profa. Maria de Lourdes Dietrich Gonçalves.
19 de novembro era outra data respeitada e comemorada, uma vez que a bandeira é o verdadeiro retrato da Pátria. Hoje passa em branco!
Com a supracitada professora, aprendi que a bandeira merece todo nosso respeito, pois é o símbolo do nosso Brasil. Ofender ou macular a bandeira é o mesmo que ofender o Brasil. É crime!
Quando era menino bem pequeno, com sete ou oito anos, a seleção brasileira foi jogar em Buenos Aires contra a seleção argentina. Meu pai procurava ouvir a transmissão através da Rádio Nacional, todavia o ruído de estática era tanto que pouco se ouvia da partida. A certa altura, alguns torcedores argentinos mais exaltados e mal educados queimaram a bandeira brasileira. Meu pai ficou indignado, apesar de ser um cidadão tranquilo e o governo brasileiro protestou oficialmente.
Em 1954, aos 19 anos, prestando o serviço militar no Tiro de Guerra 119, sob o comando do Sargento Waldir Benício de Almeida, além de vários ensinamentos militares, aprendi a letra de outros hinos e canções do Exército Brasileiro; tomei mais conhecimento a respeito da nossa bandeira: à noite, ela só poderá permanecer hasteada ser for iluminada; só poderá sair em desfile militar com sua guarda com as baionetas caladas, pronta para defendê-la de qualquer ameaça ou ofensa; não poderá ser usada como símbolo de agremiações políticas, clubistas ou religiosas. Enfim, a Bandeira é a própria Pátria!
Hoje, parece que todos esses ensinamentos foram olvidados. Há quatro anos, alguns transformaram a Bandeira Nacional em símbolo de um grupo político. Felizmente, a partir do dia 30 de outubro, com o resultado democrático das eleições, ela voltou ao seu sagrado lugar, é SIMBOLO AUGUSTO DA PÁTRIA, pertencendo a todos os brasileiros, do maior ao mais humilde.
Creio que o mais importante não é cantar o Hino à Bandeira, mas interpretar sua linda letra de autoria do poeta patrício Olavo Bilac, que tanto lutou a favor da prestação do serviço militar pelos brasileiros; sendo o dia do seu nascimento, 16 de dezembro, o DIA DO RESERVISTA.
O seu refrão:
“Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil”
Repetido três ou quatro vezes, o refrão lembra que a bandeira é o símbolo do Brasil; e de nenhum grupo político, clube ou religião. Querer fazê-lo é desrespeitar o Brasil.
Na última estrofe tudo fica bem claro:
“Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa e de dor,
Paira sempre sagrada bandeira
Pavilhão da justiça e do amor!
Da amada Terra do Brasil!”
As duas últimas frases do hino são de uma clareza cristalina; vamos interpretar o que Olavo Bilac ensinou, lembrando que a Bandeira Nacional é exclusivamente o retrato, o SÍMBOLO SAGRADO DO PRÓPRIO BRASIL.