“Dr. Geraldo: um notável ser humano”, por Celso Frauches

Os amigos Casemiro e Geraldo, fundadores do Grêmio dos Amigos de Cantagalo, em uma solenidade de Niterói.

 

Há grandes homens que fazem com que todos se sintam pequenos.
Mas o verdadeiro grande homem é o que faz com que todos se sintam grandes.
(Chesterton)

O Dr. Geraldo Arruda Figueredo nasceu, estudou e começou a trabalhar em Cantagalo. Eu o conheci aos onze anos de idade, quando meus pais mudaram da Fazenda da Serra, em São Sebastião do Paraíba, para a nossa cidade. Ele, o Júlio (Dr. Júlio de Souza Carvalho), o Joãozinho (Dr. João Nicolau Guzzo), ambos médicos, e eu começamos o curso ginasial em 1948 e terminamos em 1951. Joãozinho parou de estudar um ano, concluiu em 1952, mas a amizade não foi interrompida. A partir daí, Geraldo e o Joãozinho foram cursar Técnico de Contabilidade e o Júlio e eu o Científico, no Colégio Euclides da Cunha, dos irmãos Messias e Mário Teixeira. Mas a amizade era – e é – sólida, nunca brigamos ou “ficamos de mal”. Em 1955, nós quatro nos mudamos. Para Niterói – Geraldo, Joãozinho e eu -, e o Júlio para o Rio de Janeiro. Júlio e Joãozinho foram cursar Medicina e o Geraldo, Direito. E eu fui trabalhar na Assembléia Legislativa.

Elvira Arruda Câmara e Bertholino Cannes Figueredo
Elvira Arruda Câmara e Bertholino Cannes Figueredo

Geraldo é filho do casal Elvira Arruda Câmara e Bertholino Cannes de Figueiredo, cantagalenses de coração, exemplos de dignidade, trabalho e humildade. O Dr. João Guzzo assim se referiu a eles em seu livro O Sobrado, editado em 1998:

Esse casal deixou para todos, em geral, e em particular para seus filhos, um legado de valor inestimável, que foram os exemplos de companheirismo, de união familiar e dignidade, de trabalho, de honestidade e de retidão de caráter. Hoje eles podem se orgulhar ao ver, lá de cima, que as sementes frutificaram, apreciando seus filhos, um ao lado dos outros, unidos como sempre sonharam”.

Geraldo herdou tudo isso e mais a competência profissional como advogado, Procurador e Procurador Geral do Estado do Rio de Janeiro. Firmou-se nos fóruns de Niterói, até 1974, e Rio de Janeiro a partir dessa data, capitais do Estado do Rio de Janeiro.

Celso Frauches, Geraldo Figueiredo e Júlio Carvalho
Celso Frauches, Geraldo Figueiredo e Júlio Carvalho

No último dia 17, no estúdio do Instituto Mão de Luva, com transmissão ao vivo pela Tv Interior, do amigo Eduardo Campagnoli, o Júlio e eu entrevistamos o Geraldo: ele em Niterói e nós no estúdio, graças às tecnologias digitais. Os teleouvintes puderam conhecer algumas facetas do Geraldo, que esbanjou humildade e seriedade, com a sinceridade que lhe é peculiar. Recebemos várias mensagens de agradecimento por trazer o Geraldo para a terra natal, nem que fosse via internet.

Este artigo, publicado no JR, que o amigo Célio generosamente nos cede um espaço, tendo como companheiro de página o Júlio, um irmão de coração, não pretende biografar o Geraldo. O espaço é muito pequeno.

Em 2020, o Geraldo prefaciou um dos meus livros na área da educação – Educação superior: cobras & lagartos (Brasília: Ilape, 2010). Inseri no rodapé da página apenas um resumo do resumo de sua biografia, que vai a seguir atualizado.

Da esquerda à direita: Edinho Japor, Geraldo e seu irmão Getúlio. Reunião do Grêmio dos Amigos de Cantagalo, em Niterói.
Da esquerda à direita: Edinho Japor, Geraldo e seu irmão Getúlio. Reunião do Grêmio dos Amigos de Cantagalo, em Niterói.

Geraldo Arruda Figueredo nasceu na cidade de Cantagalo (RJ), onde fez seus primeiros estudos. Formou-se como bacharel em Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF). É advogado militante em Niterói e no Rio de Janeiro há mais de 60 anos, atuando na área do Direito Civil. Aposentou-se como Procurador do Estado do Rio de Janeiro, onde exerceu diversos cargos de chefia, culminando sua carreira como Procurador Geral do Estado. Exerceu ainda a chefia do Departamento Legal e Consultor Jurídico da Companhia Brasileira de Energia Elétrica (CBEE), em Niterói. Foi fundador e primeiro presidente da Fundação CBEE de Seguridade Social (Brasiletros), entidade fechada de previdência privada. Advogado da Companhia Auxiliar de Empresas Elétricas Brasileiras (Caeeb). Membro efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros. Integrou a Comissão de Ética Pública (CEPE) do Estado do Rio de Janeiro. E é cantagalense!

 

Mas Geraldo continua o seu trabalho na área jurídica, aos 86 anos de idade. Prossegue espargindo cultura jurídica para magistrados, procuradores, seus colegas e os seus fieis clientes de advocacia cível.

Celso Frauches
Celso Frauches é escritor, jornalista, já foi secretário Municipal em Cantagalo e é presidente do Instituto Mão de Luva.

Quando fiquei viúvo, em 2000, entreguei o inventário ao Geraldo. Por preguiça, enrolei o Geraldo para fornecer os dados necessários ao prosseguimento do processo. Creio que levou uns cinco anos para ser concluído e o patrimônio a ser dividido entres os herdeiros, três filhos, era apenas um apartamento na rua General Pereira da Silva, em Niterói. Quando finalmente terminou o inventário, Geraldo me disse que esse foi o único inventário que passou por suas mãos e ficou tanto tempo para ser finalizado. Ele me disse: “estou envergonhado!”. E eu fui o culpado…

Em 1960, Geraldo e eu fomos a Brasília, pouco antes da inauguração da nova capital. Viajamos a bordo do Constellation, um quadrimotor da Varig, empresa brasileira pioneira da aviação internacional. Encontramos Brasília com a característica poeira vermelha, típica do serrado, em um inverno de secura extrema. As instalações do aeroporto ainda eram de madeira. Visitamos o Congresso, os Palácios do Planalto e do Alvorada e diversas outras obras ainda em construção.

A nossa amizade, incluindo outro amigo, o Júlio, é tão sólida que a distância jamais nos separou. Ele foi para Niterói e de lá jamais saiu. O Júlio voltou para Cantagalo e também não mais deixou a terra Natal. Eu fui um cigano pelo Brasil afora, residindo em Brasília nos últimos 33 anos. Retornei para Cantagalo em novembro de 2020. O Joãozinho, infelizmente, nos deixou muito cedo.

Geraldo é um humilde cristão, que tem como lema não fazer aos outros o que não gostaria que lhe fizessem.

Geraldo e seus irmãos. Da esquerda à direita: Maria José, Geraldo, Getúlio, Terezinha, Alzira, Lecy e José. Reunião da Família Arruda Figueiredo, em dezembro deste ano.
Geraldo e seus irmãos. Da esquerda à direita: Maria José, Geraldo, Getúlio, Terezinha, Alzira, Lecy e José. Reunião da Família Arruda Figueiredo, em dezembro deste ano.

 

Ao ser vitorioso em sua carreira profissional, ajudou toda a família, especialmente pais e irmãos. Todas as pessoas que se relacionaram com ele guardam lembranças agradáveis de sua presença na vida deles. Nunca peguei o Geraldo falando alto, gritando com alguém, “brigando”. Sempre foi um ser humano ímpar, tendo o amor e a paz como seus inseparáveis sentimentos. É o que vimos e ouvimos na entrevista ao vivo que fizemos no último dia 17, que segue abaixo:

Mas o Geraldo, em breve, vai nos presentear com uma nova entrevista, nos estúdios do Instituto Mão de Luva, com transmissão ao vivo pela Tv Interior. A entrevista do dia 17 estará no canal do Mão de Luva no Youtube. Quem não assistiu está convidado a encontrar o amigo Geraldo sendo ele mesmo. Sempre. Um ser humano de notáveis qualidades.

Desejo aos leitores do JR um 2022 pleno de realizações, sob as bênçãos de Jesus, o Cristo!

Celso Frauches é escritor, jornalista, já foi secretário Municipal em Cantagalo e é presidente do Instituto Mão de Luva.

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