E o ministro Lupi se apaixonou pela Dilma

Já tenho muitos anos de “estrada” e, por isso mesmo, já vi e assisti espetáculos grotescos de várias naturezas.

Já ouvi discursos risíveis, tolices sem conta, opiniões absurdas e promessas de causar dó, pela absoluta inconsistência das palavras diante dos fatos.

Mas é impressionante como certas pessoas que, por triste coincidência, acabam guindados a posições de mando em altas esferas do poder, tenha procedimentos tão ridículos como os que assistimos dias atrás quando por ocasião do “bate boca” na Câmara Federal, o ministro do Trabalho lá compareceu para explicar as denúncias de “mal feitos”, como diz a presidente Dilma, quando seus companheiros de governo se esborracham com denúncias que já derrubaram vários integrantes da atual administração federal.

Tentando se desculpar do indesculpável, o Sr. Lupi, que em entrevista, ao vivo e em cores, afirmou categoricamente que só sairia do ministério “abatido a bala”, fato que contrariou profundamente a presidente, tentou se explicar de forma incomum, afirmando que as perguntas dos jornalistas eram como tiros que recebia de todos os lados, fazendo lembrar programas humorísticos usando expressões e jogo do corpo com “pá daqui, pá de lá” para, por fim, estender a mão e pedir desculpas à opinião pública e exclamar, pateticamente: “presidente Dilma, eu te amo!”

Seria cômico se não fosse trágico.

Esse episódio, digno de uma cena circense, não estava escrito no cardápio oferecido aos telespectadores. O apego ao cargo e as benesses que ele propicia levam as pessoas a gestos e posições inaceitáveis por contrariar a lógica e os bons costumes e que, ao fim e ao cabo, terminam em demissão, como já aconteceu de outras vezes.

Que tristeza! Que lástima!

*Joel Naegele é vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), membro da Câmara Setorial de Agronegócios da Alerj e assessor de Indústria e Comércio da Prefeitura Cantagalo.