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O músico carmense Egberto Gismont durante uma entrevista ao programa da Globo News, comandado por Pedro Bial, disse que “a cidade de Carmo é de lascar, só tem dois mil habitantes há muitos anos, mas se contar cabeças de gado! São poucas mais de 700 pessoas, e que são apenas duas famílias na cidade”.
Estes comentários provocaram a reação dos carmenses nas redes sociais. Aparecida Meneguiti Silveira, sugeriu que o prefeito retirasse a placa que homenageia o músico.
Já Cizinho Rodrigues afirmou que “Se eu sou o prefeito, tirava a placa no mesmo dia, espero que ele faça isso. Não precisava elogiar, mas criticar com baixaria uma cidade inteira é demais, isso só prova o caráter deste que não deveria ter nascido no Carmo”, afirmou.
Já Cristina Goulart fez uma análise do episódio: “É indiscutível a importância da sua música, o alcance e respeito que ela tem no cenário mundial! Ao mesmo tempo é deprimente assistir a um homem debochando do lugar de onde veio, sua terra, sua família, suas raízes! Só alguém pobre, enquanto pessoa, refere-se aos seus,Colocando-os em pé de igualdade com o “gado”, passando uma imagem irreal da cidade,que na verdade ele desconhece, pois só foi parido aqui (Carmo-RJ). Egberto Gismonti, não tem nada daqui, nem nossa simpatia, nem generosidade, nem a riqueza de espírito que compõe essa gente aqui da minha terra. Talvez venha um dia a ser enterrado no túmulo de sua família e precise que seu caixão seja carregado por seus “conterrâneos “! Egberto Gismonti, seu talento equipara-se à sua arrogância!”, afirmou categoricamente.
“Eu reconheço que Egberto nunca foi valorizado pela nossa cidade, onde os governos nunca o chamaram para fazer parcerias culturais. Mas isso não é motivo para ele denegrir nossa população, comparando a gado, que não tem nada haver com o descaso dos governos municipais. Ele é um músico muito talentoso, e por isso se consagrou mundialmente na área da música erudita, mas nessa entrevista se mostrou muito arrogante. Também o dançarino nascido em Carmo Ronnie Maciel, que hoje brilha na Alemanha, foi muito humilhado por Egberto quando pediu ajuda. Eu fiz um projeto para a Secretaria de Cultura para criar um memorial para o Egberto Gismonti, onde teriam todas as capas dos discos dele na parede, juntamente com sua biografia. Mas depois dessa entrevista com Pedro Bial, eu o deixei para lá. Não vou mais lutar por ele, que não fez por merecer”, afirmou o artista plástico Luciano Huguenin.
O prefeito atual de Carmo, Cesar Ladeira, usou as redes sociais no dia 5 de julho, onde determinou a retirada da placa que foi colocada na entrada da cidade “Carmo, terra de Egberto Gismont”, que foi colocado pelo seu governo.
Cesar Ladeira pediu respeito a população, pois a cidade de Carmo é uma cidade acolhedora e fez um apelo as pessoas que tem ligação com o músico. “Faço um apelo ao músico para que faça uma retratação, não ao prefeito, mas a cidade que tanto lhe admira”, afirmou.
O projeto Sinalização de Valorização Turística, criado em 2014 pelo governo do Estado pretendia ressaltar, para chamar a atenção para o interior do estado. As primeiras foram colocadas em Carmo, e destacavam: “Terra de Egberto Gismonti”, “Terra das Fazendas Históricas”, “Terra do Artesanato”, “Terra da Água Mineral” e “Terra do Túnel que Chora”.
“Coube a cada município eleger os ícones destacados. Além de valorizar atrativos imateriais e naturais de cada cidade, o programa vai resgatar a autoestima da população”, disse na época o então secretário de Turismo, Claudio Magnavita, idealizador do projeto. O prefeito de Carmo, César Ladeira, celebrou a iniciativa na época: “Carmo agora está oficialmente no roteiro do estado”.
Segundo o censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Carmo tinha 17.439 habitantes, e sua economia se beneficia da Usina Hidrelétrica Ilha dos Pombos da Light, e da sede da empresa Sumicity, operadora de telecomunicações, que emprega mil funcionários.
