Obras avançam em Cordeiro e Sistema Pare e Siga continua na RJ 116
“O POVO QUE ANDAVA NAS TREVAS VIU UMA GRANDE LUZ”.
Assim disse o profeta Isaías, que viveu cerca de 700 anos antes de Cristo, e completou: “porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado”. (Isaías 9,1.5).
O próprio Jesus anuncia a nós em João 12,8: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”. Para quem crê, não há dúvida: Jesus é luz, e mais, Ele é a Luz. Interessante notar que, mesmo para o comércio, para as prefeituras, nas pequenas e grandes cidades, para o mundo em geral, mal se começa a falar em NATAL, luzes se acendem por toda a parte: são pisca-piscas, estrelinhas, lâmpadas, outdoors, velas — tudo iluminado! Talvez nem todos estejam pensando especificamente em Jesus, ou poucos até pensem Nele, mas no coração dos homens uma luz se acende: é Natal!
O oráculo de Isaías anunciava um rei que viria trazer a Paz para o povo em guerra, numa terra de irmãos que viviam divididos, vendo sua terra como uma região tenebrosa, sombria. Agora vem a esperança: “resplandeceu uma LUZ”! (Isaías 9,1). É um novo rei trazendo a vitória sobre a morte, as trevas, a guerra. É uma profecia messiânica de Isaías, que a Igreja muito bem aplica na liturgia do Natal.
Séculos depois, o evangelista Lucas fala-nos de uma noite em que anjos apareceram e a glória do Senhor refulgiu, causando grande temor entre os pastores que guardavam seus rebanhos no campo: “Não tenham medo, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu, na cidade de Davi, um Salvador, o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e reclinado numa manjedoura” (Lucas 2, 10-12). Enfim, a profecia de Isaías se cumpre: nasceu o Menino, um Filho nos foi dado por Deus, Seu Filho! Não mais um Rei mortal e passageiro como nos tempos do profeta, mas o Rei imortal e eterno: JESUS!
Talvez o Natal sem fé não consiga ver a verdadeira Luz que emana do Cristo Senhor, veja apenas as falsas e passageiras luzes que se acendem num curto período, mas logo se apagam em meio às lutas do dia a dia. Que pena! O amado Apóstolo João Evangelista afirma: “A Luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam (…) O Verbo era a verdadeira Luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem” (João 1, 5.9). A Luz ilumina, mas, muitas vezes, nós não queremos ser por ela iluminados. Preferimos outras luzes, outros brilhos, uns neons, uns holofotes que venham de outros focos, que nos coloquem no centro, que nos façam brilhar, somos assim. “Veio para o que era seu, mas os seus não O receberam” (João 1,11). Mas não foi assim naquela noite em que José e Maria procuravam um lugar para que o Menino nascesse? Maria “deu à luz seu Filho primogênito e, envolvendo-O em faixas, reclinou-O num presépio: porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lucas 2,7). Não havia lugar para eles… Hoje será que há?
Meu Deus, quantos afazeres nos preocupam para celebrar o Natal: o que comer, o que vestir, o que ganhar, o que dar de presente, se há ou não dinheiro. Fazemos dívidas até… O cartão de crédito fica cheio de parcelamentos. Jesus nos adverte: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte que não lhe será tirada” (Lucas 10,41-42). É o próprio Jesus que nos ensina, na visita que fez às irmãs Marta e Maria, observando-lhes as atitudes. Marta escolheu ficar de lá para cá nas lidas da casa. E qual foi a boa parte de Maria? Ela “se assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar”.
Será que, neste Natal, não poderíamos dar de presente ao Menino que nos foi dado sentar-nos a seus pés e ouvi-lo falar com carinho, respeito e atenção? Simão Pedro nos alertou: “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens palavras de vida eterna” (João 6,68). Ele veio nos visitar, vindo do Céu, pequeno e humilde, dependente de nós, para comer, para vestir, para ser cuidado, bate à nossa porta, quer entrar em nossa vida, quer salvar-nos, quer nos dar o céu, mas ainda depende de nós: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele, ele comigo” (Apocalipse 3,20).
Neste Natal, podemos ter uma ceia maravilhosa, muito melhor do que todas as outras que já tivemos na vida. Basta ouvir o chamado de Jesus que nos bate à porta, abri-la e mandá-lo entrar. E Ele vai cear conosco. Não é tão difícil, é? Não precisamos viver num mundo tão violento, egoísta e cruel, como nos queixamos habitualmente. Tudo pode mudar! Lembra-se de como era Saulo? Só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, entregava-os todos para serem presos, devastava a Igreja. Mas um belo dia, voltando de uma de suas viagens, cercou-o uma Luz resplandecente, vinda do céu. Saulo cai por terra e pergunta: “Quem és, Senhor?”. “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”. E Saulo tornou-se Paulo e foi o maior evangelizador das nações. Mudança radical. Qual o segredo de Saulo/Paulo de Tarso? Ter esse encontro pessoal com Jesus, com a pessoa de Jesus e deixar-se inundar por essa Luz resplandecente.
E teremos para sempre um Feliz Natal e não só um Ano Novo, mas uma Vida Nova! E Vida eterna!
Santo Natal, Feliz Vida Nova a todos!
Nota: este artigo conta com a inestimável colaboração da professora e poeta Angela Araújo.