Projeto ‘Saudade Não Tem Idade’ terá show de Pedro Garcia em Cantagalo
Jornal da Região 
Em meados de 1966, a Companhia Nacional Cimento Porthand já tinha terras na região de Cantagalo, onde extraia calcário para sua fábrica em São Gonçalo. Era transportado uma média de 30 caminhões de calcário por dia de Cantagalo para a fábrica de Guaxindiba.
A Cimento Mauá foi o último grupo cimenteiro a colocar em funcionamento uma fábrica de cimento na região. O grupo tinha comprado as terras da Fazenda Saudade, localizado junto ao Córrego Bom Vale. Esta fábrica foi concluída em novembro de 1981, mas só foi inaugurada oficialmente em fevereiro de 1982.
“Fomos informados que no dia 27 de janeiro último, um avião ‘Fairchild-Hiller’ sobrevoou a Pedreira Cantagalo, com alguns membros da Diretoria da Companhia e o nosso gerente E. Lewinsohn. A nota pitoresca do voo rasante sobre a região foi o pânico que causou ao gado que pastava, calmamente, sem saber que o seu prazo de pasto havia se encerrado naquele dia”. Este trecho foi publicado em fevereiro de 1968, no Farol de Segurança, volume XXXIII, edição mensal, boletim publicado pela Companhia Nacional de Cimento Portland.
O Cimento Mauá era associado do grupo da Companhia Nacional de Cimento Portland. A CNCP contava com a participação acionária de dois grupos cimenteiros de grande reputação internacional – o Lafarge, na França, e o Lone Star Ind, nos Estados Unidos, os quais juntaram seus recursos humanos, financeiros e técnicos para a realização do investimento da implantação da fábrica em Cantagalo.
Estimava-se que as jazidas de calcário de Cantagalo, sobre as quais a Mauá tem direito de lavra, possa durar até 200 anos. Isto levou a CNCP a projetar as instalações de sua fábrica de Cimento Mauá em Cantagalo, de modo que no futuro pudesse dobrar a sua capacidade de produção.
Com um controle de qualidade reconhecido como um dos mais eficientes e que proporciona um cimento de alta regularidade, por consequência de uso muito mais rentável, o Cimento Mauá adquiriu prestígio suficiente para participar de obras de grande vulto nacional, tais como a Ponte Rio-Niterói, o Estádio Mário Filho – Maracanã, e a Usina Nuclear Angra dos Reis I.
Em 1959, a Lafarge inicia seus investimentos no Brasil e produz o Cimento Campeão (homenagem a conquista da Copa do Mundo do Brasil de 1958). Antes do Grupo Lafarge adquirir a fábrica de Cantagalo, um grupo japonês esteve no município tentando comprar a indústria cimenteira, mas as negociações não foram concluídas.
O Cimento Mauá S/A, em final de construção em Cantagalo, pertencente ao Grupo da Companhia Nacional de Cimento Portland (CNCP), no dia 05 de novembro de 1981 às 15:30 horas, fez o seu primeiro despacho de clínquer, tendo como cliente a fábrica da CNCP de Guaxindiba. A nota fiscal deste primeiro transporte foi a de número 000001, transportador Maporte, pelo veículo EC-0057.
A inauguração da Cimento Mauá inaugurou em Cantagalo uma das mais modernas fábricas de cimento da América Latina, na época, representando um investimento de 125 milhões de dólares. A proposta era gerar 350 empregos, arrecadar aproximadamente 1 bilhão e meio de impostos anuais.
Estava previsto a produção de 750 mil toneladas anuais de cimento portland 32 na fábrica de Cantagalo, que utilizava o carvão como combustível.
“Próxima de um dos principais centros de consumo de cimento no país, esta fábrica, dotada de equipamentos antipoluição, será o acontecimento mais importante no setor cimenteiro do país, em 1982”, afirmava a publicidade divulgada pelo grupo cimenteiro.
