Obras avançam em Cordeiro e Sistema Pare e Siga continua na RJ 116
Trabalho está sendo realizado numa unidade demonstrativa em Trajano de Moraes
De origem asiática, o caqui é considerado, pelos estudiosos, uma fruta rica em vitaminas, minerais e outros tipos de nutrientes indispensáveis à alimentação humana. A qualidade dos frutos está relacionada diretamente ao manejo da lavoura, à incidência de doenças nas plantas e à fertilidade do solo. No que diz respeito à saúde da lavoura, o caquizeiro está sujeito a algumas moléstias, sendo a antracnose (pinta preta) a que mais vem chamando a atenção de agricultores e técnicos na Região Serrana.
Causada por um fungo que se desenvolve em ambientes de alta umidade, a doença ataca ramos, folhas e, principalmente, frutos, tornando-os impróprios ao mercado consumidor.
Em Trajano de Moraes, um método de controle integrado da pinta, desenvolvido desde o ano passado, proporcionou um aumento de 92% na produtividade de frutas comercializáveis da variedade Mikado e a diminuição de 47% na quantidade de frutas com incidência da pinta na safra 2014. Isso é resultado de uma unidade demonstrativa instalada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio) no Sítio Sobrado, na Microbacia Alto Macabu. No lugar, há cerca de 30 anos, vive a família do produtor Varley Ouverney, que adota algumas práticas sustentáveis de manejo que visam o aumento de produtividade na lavoura, como, por exemplo, as podas e o amendoim forrageiro.
Autor de publicações sobre caqui, o engenheiro agrônomo da Emater-Rio Alexandre Jacintho Teixeira sugeriu, como medida preventiva, a utilização de espaçamentos mais largos entre os pés (em média, de 4m x 4m) para favorecer a penetração do sol e o arejamento para, assim, reduzir a umidade na cultura. Para diminuir a infestação da doença e possibilitar algumas pulverizações, a família concordou com a eliminação total ou parcial de algumas fileiras de caquizeiros. Após essa etapa, foi feito um tratamento de inverno com duas pulverizações nas folhas à base de calda bordalesa, com 15 dias de intervalo, utilizando, em média, três a cinco litros de calda por pé até o escorrimento. A fase seguinte do tratamento contou com a utilização de um fungicida químico preventivo, aplicado uma vez a cada 30 dias (nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2013) e, por fim, outras três pulverizações curativas (em janeiro e fevereiro de 2014) com intervalo aproximado de 20 dias.
– Por ser um fungo com alto potencial, sua erradicação é difícil. O manejo empregado no sítio demonstrou que é possível a convivência com o patógeno sem inviabilizar comercialmente o cultivo do caqui no município. Pesquisas ainda precisam ser realizadas para implementar um controle alternativo para substituir os fungicidas químicos utilizados – defendeu Alexandre Teixeira.
Já o agricultor está satisfeito com os resultados obtidos. “Minha lavoura tinha presença agressiva da pinta até 2013. Alguns vizinhos não estão se preocupando com a doença, pois não dependem totalmente desse cultivo. No meu sítio, o forte é o caqui e dele dependo. Sempre pratiquei a poda e estou satisfeito com amendoim forrageiro na lavoura”, explicou Varley, que tem assistência técnica continuada da Emater-Rio.
Segundo dados da Emater-Rio, Trajano de Moraes possui, atualmente, 150 produtores de caqui, que cultivam em 27 hectares, gerando uma produção anual de 350 toneladas.
Carmo tem 100% de seu gado bovino vacinado contra a aftosa
A Secretaria de Agricultura de Carmo comemora duas boas notícias: o alcance recorde atingido na primeira etapa de vacinação contra a febre aftosa este ano, e o título de propriedade certificada para mais duas propriedades do município, comprovando que a propriedade está livre de doenças como brucelose e tuberculose em seu rebanho bovino.
A febre aftosa pode ser transmitida através de alimentos contaminados ou do contato com animais doentes. O vírus também é transmitido pela carne, leite e derivados desses produtos. A campanha de vacinação no estado do Rio de Janeiro aconteceu em maio. Carmo atingiu recorde este ano, tendo 100% do seu rebanho bovino vacinado e obtendo primeiro lugar no estado, mérito dos produtores rurais do município, segundo a Secretaria Municipal de Agricultura.
No último dia 4 de setembro, foi realizada uma cerimônia no Centro Cultural Professor Jair Nunes Macuco, em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio), para entrega do título de propriedade certificada para dois produtores rurais. Um dos proprietários é Tiago Sertã Passos, dono do Sítio Retiro, e o outro é Luiz Fernando Lima Guimarães, dono do Sítio Recanto dos Guimarães. A primeira certificação no estado do Rio de Janeiro aconteceu em 2012, no Sítio Bom Jardim, também em Carmo, propriedade de Lécio Lisboa Lima.
Durante a cerimônia, esteve presente Leda Maria Kimura, coordenadora de pesquisas da Pesagro-Rio, que entregou, à Secretaria Municipal de Agricultura, um aparelho de ultrassom bovino e equino. Este equipamento será utilizado para melhoramento genético e reprodutivo, assim como o aparelho de contagem de células somáticas (CCS), que identifica casos de mastite subclínica que acarretam na diminuição da produção de leite.
O Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) foi instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com o intuito de diminuir os casos de doença no país. A brucelose é comum tanto para gado de corte como de leite. Já a tuberculose preocupa mais os produtores de leite, pois a chance de contaminação é maior em gados que ficam confinados, pois ela se dissemina pelo ar, urina e fezes.
Com todas essas medidas, os produtores rurais carmenses festejam pela valorização de seus produtos no mercado, fornecendo segurança alimentar à população. O Governo do Estado procura reduzir os riscos à saúde humana e difundir informações sobre educação sanitária.
Friburgo sedia seminário de formação de facilitadores do SPG
O Seminário Estadual de Formação de Facilitadores do Sistema Participativo de Garantia (SPG), realizado pela Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro (Abio), em Nova Friburgo, promoveu conhecimento e troca de experiências sobre temas relacionados à produção de orgânicos.
A atividade foi promovida entre 25 e 27 de agosto pelo grupo de trabalho Mecanismos de Garantia da Qualidade Orgânica, que integra a Rede de Pesquisa, Inovação, Tecnologia, Serviços e Desenvolvimento Sustentável em Microbacias Hidrográficas, fórum articulado pelo Programa Rio Rural, que reúne instituições públicas de ensino, pesquisa e extensão rural, além de associações de agricultores familiares.
Entre os temas discutidos com os produtores, destacam-se mudanças na legislação de orgânicos, análise dos riscos na garantia da qualidade orgânica e uma avaliação dos procedimentos do SPG/Abio, que envolve formação de grupos, reuniões e as modalidades de visitas às unidades produtivas para verificação, renovação e acompanhamento da qualidade orgânica.
No SPG, existe um esforço em demonstrar que a garantia é equivalente à certificação por auditoria. “Os princípios do SPG que dizem respeito à sua qualidade são os mecanismos adequados às diferentes realidades, o controle social e o poder compartilhado nas decisões, uma vez que a certificação é participativa, sendo a responsabilidade, dessa forma, coletiva”, explicou a coordenadora da Abio, Cristina Ribeiro.
Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Friburgo tenta aprovação do Serviço de Inspeção Municipal
Com o objetivo de aprovar o projeto de lei que prevê a criação do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), o médico veterinário e coordenador de Inspeção Sanitária da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Luiz Fernando Bonin Freitas, esteve, no último dia 4 de setembro, na Câmara Municipal de Nova Friburgo, para explicar detalhes do programa que tende a qualificar os produtos de origem animal produzidos no município.
O SIM prevê o controle da qualidade dos produtos de origem animal, como embutidos cárneos, queijo, ovos, mel e doces, monitorando e inspecionando a sanidade do rebanho, o local e a higiene da industrialização, certificando, com selo de garantia, todos estes produtos. Ao mesmo tempo, incentiva as pequenas empresas e empreendedores a saírem da clandestinidade, transformando-os em empresários da área urbana e rural, oferecendo aos consumidores alimentos com qualidade e segurança.
Um certificado de qualidade dos produtos de origem animal será emitido às empresas e empreendedores que se adequaram às exigências sanitárias vigentes em legislação específica e que também possuírem qualidade e higiene em seu processo de produção. A Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural disponibilizará uma equipe técnica composta por médicos veterinários que darão assessoria completa às empresas e empreendedores do ramo para se adequarem ás normas sanitárias exigidas em legislação, estimulando o desenvolvimento econômico destas empresas.
Projeto Intecral promove seminário sobre recursos hídricos
Pesquisadores estrangeiros, agricultores e técnicos do poder público discutiram, nos dias 28 e 29 de agosto, em Nova Friburgo, mecanismos de gestão de informações, tecnologias e sistemas em áreas rurais da Bacia Hidrográfica do Rio Dois Rios, que abrange municípios das regiões Serrana, Centro-Norte e Noroeste Fluminense. O evento foi promovido pelo Projeto de Integração de Eco-tecnologias e Serviços para o Desenvolvimento Rural Sustentável no Rio de Janeiro (Intecral), uma cooperação técnica entre Secretaria Estadual de Agricultura (através do Programa Rio Rural) e o Ministério da Educação e Pesquisa da Alemanha (BMBF).
Com duração prevista até 2017, a parceria tem como objetivo promover a transferência de tecnologias sustentáveis e adequadas à agricultura familiar, com o apoio de universidades brasileiras e alemãs, pequenas e médias empresas estrangeiras e instituições governamentais. O investimento do país europeu é de R$ 9,2 milhões em pesquisas em nível de pós-graduação stricto sensu e na criação de soluções para melhorar a produtividade dos agricultores.
Dividido em pacotes de trabalho, o projeto Intecral também vai adaptar tecnologias de colheita da cana-de-açúcar, combater a degradação de solos, implantar sistemas de tratamento de esgoto em vilas rurais, de monitoramento de água e de parâmetros meteorológicos, beneficiando os municípios de Cachoeiras de Macacu, Nova Friburgo, Trajano de Moraes, Porciúncula, São José de Ubá, Varre-Sai, Campos dos Goytacazes, entre outros.
Em Nova Friburgo, o grupo de trabalho na área de recursos hídricos reuniu atores locais e regionais para discutir as possibilidades de atuação no monitoramento participativo da água, no zoneamento funcional (uso do solo), na gestão de risco de cheias e na modelagem hidrológica, em suporte à tomada de decisões. Os pesquisadores elaboraram um plano de ação de curto e médio prazos, que inclui visitas de campo, coletas de dados, capacitações, testes e a elaboração de protótipos, sistemas, planos e softwares na área da Bacia do Rio Dois Rios. O próximo workshop do Projeto Intecral está previsto para março de 2015.
No dia 29 de agosto, pesquisadores do Intecral e técnicos do Rio Rural visitaram o Colégio Estadual José Martins da Costa, no distrito de São Pedro da Serra, onde é desenvolvido o projeto de educação ambiental ‘Águas para o Futuro’, do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Macaé e das Ostras, da Associação de Apoio à Escola e da empresa Adnet Florestal.
Financiado com recursos da cobrança do uso da água, esse projeto tem objetivo produzir e divulgar informações sobre a realidade socioambiental do lugar com auxílio de três espaços pedagógicos: laboratórios de águas, de geotecnologias e de linguagens. A iniciativa tem apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), do Instituto Politécnico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Biologia Estrutural e Bioimagem (Inbeb).
Participaram do evento Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio Dois Rios, Comitê de Bacias Hidrográficas dos Rio Macaé e das Ostras, Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio), Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio), Defesa Agropecuária, Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj), Central de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa-RJ), Instituto Bélgica-Nova Friburgo (Ibelga), empresa Águas de Nova Friburgo, Agência da Bacia do Rio Paraíba do Sul (Agevap), Prefeitura de São Fidélis, Universidade de Jena (Departamento de Geoinformática, Hidrologia e Modelagem), Universidade de Ciências Aplicadas de Colônia, além de membros de associações de produtores rurais do município.