Ensino à Distância na formação teórica da primeira habilitação

No dia 07 de abril aconteceu uma vídeo conferência com a participação do Denatran, SNTT e Ministério da Infraestrutura (Minfra) e representantes da formação de condutores para discutir, entre outros assuntos, o Ensino à Distância na formação teórica da primeira habilitação. A reunião contou com lideranças da categoria e o Sindaerj esteve presente assim como a Feneauto. A reunião foi organizada com o apoio do Deputado Federal Luiz Lima PSL/RJ.

O momento em que o mundo está passando devido à pandemia de coronavírus (Covid-19), trouxe à tona a busca da tecnologia para atender milhares de pessoas que se encontram em casa. Muitas escolas de ensino básico estão se reinventando e praticando essa modalidade. Porém no ramo de autoescolas, que prima pela educação de qualidade e precisa ensinar ao aluno novas habilidades, como aprender a dirigir um veículo, a responsabilidade é muito grande. O Brasil é, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), o quinto país com mais mortes no trânsito – atrás de China, Rússia, Índia e EUA. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em 2017, foi registrado um total de 35,3 mil mortes. A pandemia no trânsito já existia e vem sendo alertada pela OMS. Os gastos públicos com os acidentados em hospitais é muito alto.

No Brasil, temos cerca de 14 mil Centros de Formação de Condutores e mais de cem mil funcionários ensinando diariamente a educação de trânsito. Pelo Código de Trânsito Brasileiro, os Centros de Formação de Condutores são os únicos responsáveis pela formação teórica presencial. A liberação do EAD nesse momento sem amplas discussões e audiência pública, deixaria muitos desempregados no setor.

Pra quem trabalha diretamente com o aluno acredita que a verdadeira mudança de atitude de novos condutores deve ser ensinada presencialmente, quando instrutores de trânsito transformam essas pessoas que não sabem nada de direção veicular num motorista. Sim, este é um trabalho árduo. É ver a transformação do casulo em borboleta. E esse trabalho começa na sala de aula. Entenda que logo após as aulas práticas, ele já vai sair por aí voando, ou melhor dirigindo. Que metamorfose! Parabéns ao instrutor! Podemos dizer também que é como ensinar uma criança a ler. E isso só se faz com a ajuda de um professor. Isso temos que reconhecer! Viva ao professor! A luta das autoescolas é pela formação dos condutores e pela verdadeira educação de trânsito. Não é aquela passada friamente por plataformas, e sim com o apoio do instrutor de trânsito, que está ali sempre ao lado de seu aluno, a cada aula, crescendo e aprendendo junto com ele. É uma grande troca de experiência e aprendizado. No final dessa história, conseguir a habilitação é uma grande conquista e os instrutores de trânsito vibram junto com os alunos. Assim é a luta diária das autoescolas do Brasil.

Na defesa das autoescolas brasileiras e pelo ensino presencial, a Feneauto fez seu papel brilhantemente. Durante a conferência houve a manifestação com muita propriedade do Presidente Magnelson a respeito da posição da Feneauto sobre o tema, deixando bem claro ao Denatran e Minfra e a todos que se faziam presentes na reunião, que é necessário uma ampla discussão e a participação efetiva dos CFCs. “Entendemos que essa prática trata-se de oportunismo ao momento tão dificíl que a sociedade brasileira está passando”, afirma Magnelson Carlos de Souza.

Considerando a importância da representação popular neste processo, o Deputado Federal Luz Lima PSL/RJ, faz suas considerações a respeito: “Este assunto é delicado e requer maior atenção. Estamos falando de 14.000 empresas e mais de 100.000 funcionários, além de interesses que envolvem toda a sociedade.”, destaca ele.

Durante o encontro virtual, o presidente do Sindicato das Autoescolas do Rio de Janeiro expressou também sua preocupação com a modalidade à distância: “Na minha oportunidade de falar, fiz um breve relato da forma fraudulenta que é realizado o curso online por condutores infratores do Rio de Janeiro. Citei a divulgação que postos de atendimento do Detran/RJ fazem para certas empresas EAD.”, disse Andre Mello.

As autoescolas não querem o ensino à distância EAD na primeira habilitação. Com o trânsito e com a vida das pessoas não dá para fazer teste. A vida é real e não virtual! A educação de trânsito e a formação de condutores andam juntos e não à distância!”, resumiu Adriana Araújo, proprietária de CFC em Nova Friburgo- RJ.

Outro tema muito importante abordado foi sobre o ofício 23/2020, que a Feneauto encaminhou ao Denatran no início do mês de abril. Trata-se da prorrogação de prazos para renovação do credenciamento das autoescolas de todo o País, além da prorrogação do prazo para substituição dos veículos de aprendizagem. As autoescolas ficarão fechadas por meses e, certamente, terão dificuldade para cumprir com suas obrigações, pagar impostos tais como FGTS e ISS que são obrigatórios no recredenciamento. Se o pedido da Feneauto for atendido, beneficiaria cerca de de 14 mil autoescolas do Brasil. O Presidente do Denatran, presente na vídeo conferência, prometeu apreciar o pedido.

Participaram da vídeo conferência Frederico de Moura Carneiro (diretor do Denatran); Luis Pazzeti (Coordenador Geral CGATF); Everaldo Valenga Alves (Coordenador geral CGET); Gustavo Afonso Sabóia (Chefe da assessoria AESINT/Minfra); Felipe Lins da Costa Campos (Chefe da Assessoria de comunicação /Minfra); Deputado Federal Luiz Lima PSL/RJ; Magnelson Carlos de Souza (presidente da Federação Nacional das Autoescolas /Feneauto); André Mello (presidente do Sindaerj) e Adriana Araújo (representante das autoescolas / empresária de CFC em Nova Friburgo).

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