“Eu diria aos jovens que se sentem escolhidos pela música que ela pode ser um caminho de vida, não apenas um hobby ou lazer”

Um jovem músico Lucas Chaboudet Leite, de apenas 26 anos de idade, assumiu a Sociedade Musical 8 de Dezembro, da cidade de Duas Barras, como regente. Numa entrevista exclusiva ao JORNAL DA REGIÃO, Lucas Chaboudet conta um pouco de sua vida musical e como está sendo a experiência de assumir a regência da Banda 8 de Dezembro, de Duas Barras.

JORNAL DA REGIÃO – Quando começou na carreira de músico? E por que?
Lucas Chaboudet – Iniciei os estudos musicais aos 9 anos, na Sociedade Musical União Ribeironense, em São José do Ribeirão, 2º distrito de Bom Jardim, onde fiz a iniciação musical e aprendi a tocar trompete. A banda de música, à época, era uma das poucas atividades educativas/culturais extraescolares de que a comunidade dispunha, além da escolinha de futebol, e, como muitos colegas ingressavam na banda, não fiz diferente, passei a frequentar as aulas de música. Em poucos meses já havia descoberto que não poderia seguir outro caminho senão o da música. Concomitantemente à participação nas atividades da banda, aos 12 anos, iniciei os estudos de violão e tão logo passei a tocar em igreja e a integrar alguns conjuntos amadores de música popular.

JORNAL DA REGIÃO – Você tem quantos anos e é natural de onde?
Lucas Chaboudet – Tenho 26 anos e sou natural de Bom Jardim/RJ.

JORNAL DA REGIAO – Quantos anos fez de faculdade? E aonde?
Lucas Chaboudet – Fiz 4 anos de faculdade (2014 – 2017), na Escola de Música da UFRJ. Cursei o Bacharelado em Composição.

JORNAL DA REGIÃO – Por que assumiu como maestro da Banda de Duas Barras?
Lucas Chaboudet – Comecei a participar da Sociedade Musical 8 de Dezembro como músico em 2019, a convite do maestro Domingos Henrique, e o encanto com a banda foi imediato: a participação massiva de jovens, a força da tradição e valorização da cultura de banda de música na/pela comunidade local, o apresso às grandes referências musicais que passaram pela banda – como o maestro Sebastião José dos Santos -, a receptividade, organização e trabalho admirável da diretoria e, claro, a qualidade musical, que faz da 8 de Dezembro uma referência regional dessa prática cultural. Todos esses fatores contribuíram para minha resposta positiva ao convite para assumir a regência da banda.

JORNAL DA REGIÃO – Como é esta responsabilidade e quais são seus planos a frente da banda?
Lucas Chaboudet – A responsabilidade é muito grande. O trabalho que vinha sendo feito pelo maestro Domingos Henrique é admirável, especialmente com a formação musical de jovens, que hoje são parte predominante do corpo de músicos da banda, e a qualidade musical alcançada, que eleva a banda a um patamar digno de sua grandeza. Além disso, trata-se de uma instituição centenária, com uma história gloriosa, pela qual passaram grandes expoentes da música de banda da nossa região, e que tem grande estima e carinho da comunidade bibarrense. Como regente da 8 de Dezembro, espero contribuir para a manutenção de uma banda ativa, alegre e encantadora, com a qualidade musical que lhe é devida, com o resgate de repertório característico, sem deixar de incluir músicas contemporâneas, e com esforços na formação e participação de jovens.

JORNAL DA REGIÃO – Quantos músicos tem atualmente a centenária Banda de Duas Barras?
Lucas Chaboudet – A Sociedade Musical 8 de Dezembro é composta atualmente por 30 músicos.

JORNAL DA REGIÃO – Como foi a recepção dos músicos quando assumiu como maestro da 8 de Dezembro?
Lucas Chaboudet – Uma das características que mais me encantam da banda 8 de Dezembro é a receptividade e o acolhimento de seus músicos e diretoria. Pude provar disso no período em que participava como músico e, ainda mais, agora como regente, me faz sentir “em casa”, tamanha a leveza, alegria e descontração do ambiente da banda.

JORNAL DA REGIÃO -Qual a mensagem que daria para os jovens que pretendem entrar no meio musical?
Lucas Chaboudet – Existe uma frase no meio musical que diz que a música nos escolhe, e não somos nós que a escolhemos. Eu diria aos jovens que se sentem escolhidos pela música que ela pode ser um caminho de vida, não apenas um hobby ou lazer. Aos 9 anos, eu já tinha a certeza do que queria para o meu futuro e fui atrás da realização do sonho de ser músico, de viver daquilo que mais amava fazer e sabia fazer melhor. Se fosse por outro caminho, com certeza a vida não teria o mesmo sentido e sensação de realização. Então, se você se identifica com essa história, não deixe passar, insista no alcance dos seus sonhos, estude, se dedique – o dom precisa ser lapidado, e música exige muita dedicação -, abrace as oportunidades, que o sucesso virá.