“Era uma vez… 2”, por Celso Frauches

“Um ginásio apenas era nossa meta, mas a ideia se espalhou pelos generosos corações brasileiros e transformou-se na maior obra de ensino comunitário das Américas (…)”. (Felipe Tiago Gomes)

… no Colégio Cenecista.

Celso Frauches
Celso Frauches

No artigo da semana finda, relacionei os fundadores e os professores considerados como tal. Fiquei devendo o corpo técnico-administrativo e discente inicial. Esses colaboradores são considerados fundadores.

Na relação que se segue, o caro leitor vai encontrar sobrenomes atuais, com herdeiros atuando em Cantagalo ou que migraram para outras cidades, como, por exemplo, as cidades do Grande Rio.

Corpo técnico-administrativo (em ordem alfabética): Antônio Carlos Gonçalves, Celuta Naegele Barreto, Dirce Machado, Myrthes Mariza Ventura, Jacyr Ramos Braga, Joaquim Magno dos Reis, José Mário Ottero, Joventina Paranhos da Silva, Lecir Noronha, Líame Teixeira de Carvalho, Lígia Falcão Silva, Marília de Lima Reis, Marússia Reis de Paula, Paulo César de Souza Figueira, Regina Feuchard Tardin Lage, Sada Assad Katar.

Alunos matriculados na 1ª série do curso ginasial: Alceu Meira Brasil, Alceu Silveira, Ana Lúcia da Fonseca Figueira, Antônio Buarque Vegas, Antônio Carlos Coimbra de Sá, Antônio João Boêta, Antônio José de Arruda Câmara, Antônio Nelson Correa de Oliveira, Bernadete da Silva Araújo, Carlos Élio Maciel Teixeira, Celso Netto de Faria, Clea Consendey de Paula, Dyrce de Freitas Silva, Gema Galgânia Pereira de Souza, Geraldo da Penha Estorani, Ilma Regina de Castro, Itamar Gomes de Lima, Jorge Murá da Cunha, José Geraldo Vollu, Josué Roberto Correa dos Santos, Lecy Ramos Braga, Leles Augusto de Paula, Lucemar Guzzo, Luiz Alberto Ferreira d’Azevedo, Maria Catarina Monnerat Bittencourt, Maria Cecília da Cunha Macuco, Maria Dalvina de Faria, Maria Inês Boechat Ribeiro, Maria José Avelar de Carvalho, Marília de Lima Reis, Nilcéa Roberto de Faria, Ozéas Mulin Pereira, Renato Ângelo Ferreira, Rosa Pereira de Souza, Salvador Silva, Terezinha de Themis Pinheiro Teixeira, Vânder Jorge de Paula, Vanderley Elizeu de Paula.

No antigo prédio do CNEC, funciona hoje a Biblioteca Pública Municipal Acácio Ferreira Dias
No antigo prédio do CNEC, funciona hoje a Biblioteca Pública Municipal Acácio Ferreira Dias

Garimpando memórias, encontrei, nos meus “arquivos implacáveis”, uma publicação que fiz, restrita a um pequeno grupo de pessoas, no final de 1966, quando deixava a secretaria e a regência da disciplina Organização Social e Política Brasileira (OSPB), ministrada para a 4ª série ginasial. Era uma espécie de relatório dos dez primeiros anos de funcionamento do ginásio e, depois, do ensino médio. Título: CNEC/CANTAGALO ‒ 10 anos de lutas. Esse relato, que vou digitalizar e colocar no www.maodeluva.net.br, faz parte da história da educação em Cantagalo, particularmente, da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC), fundada pelo notável educador Felipe Tiago, em 1943, no Recife (PE).

Aos 75 anos de fundação, a CNEC continua hoje sua trajetória, com atuação em todos os níveis educacionais, da educação infantil à pós-graduação, espalhada por todo o território nacional, com ênfase no sul do País, região que historicamente prestigia as iniciativas educacionais comunitárias.

A CNEC/Cantagalo foi obra de um punhado de cantagalenses compromissados com a educação de crianças e jovens. A educação era prioridade para esses visionários. Foi extinta porque o Estado criou o Colégio Maria Zulmira Torres e o Ciep, além do já existente Colégio Estadual Lameira de Andrade, uma obra imponente para os tempos em que foi construída, tão bem relatada em artigo do meu amigo Júlio (Dr. Júlio Marcos de Souza Carvalho), colega de coluna neste imprescindível Jornal da Região. Hoje, a educação está em último lugar na prioridade dos governantes.

CE Maria Zulmira Torres, em registro de 2012, via Google Maps.
CE Maria Zulmira Torres, em registro de 2012, via Google Maps.

Hoje, Cantagalo tem três escolas para a educação básica ‒ educação infantil, ensino fundamental e ensino médio ‒, dispersando recursos de custeio e investimento. Não há alunos disponíveis para esses três grandes empreendimentos do Estado. O Ciep ou “Brizolão” foi um investimento marqueteiro de um governante sem qualquer compromisso com a educação, mas com o seu sucesso eleitoreiro. O projeto pedagógico dos Cieps, de autoria do professor Darcy Ribeiro e sua equipe, era de primeiro mundo, mas os governantes eram ‒ e ainda são ‒ de um atraso secular. Não podia dar certo. Esta afirmativa tem o propósito de constatar uma “realidade fantástica”. Ao mesmo tempo não posso deixar de enaltecer a atuação heroica dos profissionais da educação que atuam nesse empreendimento estatal, desenvolvendo ações educacionais de qualidade, sem outros valores humanos que deveriam compor a equipe pedagógica do projeto original dos Cieps.

Mas a história continua. Se for necessário, voltaremos ao assunto.

Cantinho da poeta Amélia Thomaz
Nostalgia
Nos olhos das portuguesas,
Vejo uma tristeza tal,
Que são lâmpadas acesas
Por amor de Portugal.
(Extraído do livro Alaúde (Cantagalo, RJ: Ed. Autor, 1954, p. 2))

Celso Frauches é professor, escritor, pesquisador, ex-secretário Municipal de Cantagalo e consultor Especialista em Legislação

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