Especialista explica alguns cuidados com automedicamento e organização de remédios de idosos

Farmácia

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Com a chegada da melhor idade, a partir dos 60 anos, a pessoa já é considerada idosa. Nessa fase, é comum o aparecimento de doenças crônicas e perda cognitiva progressiva, tornando frequente a automedicação, o que exige atenção, cuidado e organização dos medicamentos para o uso seguro.

Nem sempre o paciente possui habilidade para gerenciar a farmacoterapia prescrita sozinho. Esquecer, tomar a dose mais de uma vez, trocá-la por outro medicamento, são erros comuns entre os idosos que fazem uso diário de medicamentos. Esses erros podem gerar riscos à saúde, atrapalhar o tratamento do paciente e dificultar o controle de doenças crônicas. Quando associado as medicações de uso diário com automedicação os riscos aumentam muito.

Juliana Veríssimo, Farmacêutica e especialista em gestão pública da Estácio, explica que tem algumas ferramentas que podem ajudar no gerenciamento e organização da ingestão de remédios:

Hoje temos várias ferramentas para ajudar no gerenciamento dos medicamentos: aplicativos de celular, alarmes, tabelas coladas em local visível, etiquetas nas embalagens e caixas organizadoras, que podem ser utilizadas até que o paciente encontrar a alternativa que melhor atende a rotina diária. Não recomendamos retirar os medicamentos da embalagem original e da cartela, para não o confundir ou, expor o medicamento a condições que possa comprometer a qualidade”, relata.

Embora 35% dos remédios adquiridos no Brasil sejam feitos através de automedicação, não é aconselhável que o idoso utilize medicamentos sem orientação, pois com o avanço da idade, situações de debilidade física e cognitiva, além das doenças crônicas que surgem de forma progressiva, torna arriscado ingerirem a dose sozinhos, mesmo quando prescritos. Alguns medicamentos como a insulina, uma medição injetável, possui cuidados rigorosos para evitar riscos como hipoglicemia (queda abrupta da glicemia) que, em casos graves, o paciente pode perder a consciência.

 

Juliana Veríssimo, farmacêutica e especialista em gestão pública da Estácio
Juliana Veríssimo, farmacêutica e especialista em gestão pública da Estácio

 

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), através das estatísticas do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), 27% das intoxicações no Brasil, e 16% dos casos de morte por intoxicações são causados por medicamentos.

Além do automedicamento com uso de doses por receitas e indicações médicas, a farmacêutica ainda explica que existe a automedicação sem prescrição, quando a pessoa, sem uma receita, compra e ingere os remédios a sua própria escolha. Essas situações ainda podem ser mais perigosas, pois o uso de outros medicamentos pode gerar alterações indesejadas e efeitos colaterais perigosos, por isso, os farmacêuticos têm conhecimento técnico para auxiliar o paciente em uma escolha segura, considerando seu quadro clínico.

O farmacêutico é um profissional de saúde que está inserido na comunidade, nas farmácias comerciais e públicas, e que pode ser consultado com facilidade. Eles oferecem serviços de acompanhamento dos pacientes e podem ajudar no processo de cuidado da pessoa idosa, assim, diminuindo internações, agravos e óbitos”, completa Juliana.

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