Estado do Rio terá maior queda do PIB desde 2002, prevê Firjan

A pandemia do coronavírus levará o PIB do estado do Rio de Janeiro a sofrer uma queda de 4,6% este ano, a maior da série histórica da Firjan, iniciada em 2002. É o que aponta estudo da federação que prevê os impactos da Covid-19. Para a indústria, a retração poderá ser maior: 5,3% em comparação com 2019. O documento ressalta ainda a necessidade de suporte do governo federal para auxiliar os estados a atravessarem os efeitos econômicos da crise.

Os números mostram que não é mais uma questão de saber se os estados vão ficar ingovernáveis, mas quando. É preciso atacar este problema imediatamente, para que não tenhamos a economia brasileira se transformando em uma areia movediça, de onde todos tentam sair, mas, na prática, ninguém consegue”, alerta Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan.

Coletiva da reforma da previdência
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan e Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan

Segundo projeção da federação, a queda será mais intensa no segundo trimestre de 2020. “A recuperação acontecerá de maneira muito lenta e em formato de U. Voltar à normalidade não será apenas uma questão das empresas religarem suas máquinas; o que temos observado é que muitas não estão conseguindo sobreviver à crise”, destaca Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan.

O cenário de retração é agravado ainda pela nova crise do petróleo, especialmente para o Rio. Os efeitos deste duplo choque terão consequências orçamentárias imediatas. O documento estima queda de 21% na arrecadação de ICMS – R$ 11 bilhões a menos em relação ao previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA). Já as receitas de royalties podem chegar a uma perda de R$ 3,2 bilhões.

O déficit no orçamento do estado pode chegar a R$ 27,4 bilhões, mais de 1/3 da receita total estimada para 2020. O Rio, assim como os demais estados, terá dificuldade de se recuperar sem aportes financeiros do governo federal, correndo o risco de ter uma crise ainda mais severa do que a de 2018”, reforça Goulart.

Goulart acrescenta ainda que a PEC do pacto federativo, PEC emergencial e a reforma tributária terão papel fundamental na recuperação pós-pandemia. “O financiamento do ‘orçamento de guerra’ exigirá rápida aprovação dessas reformas, caso contrário, corremos sérios riscos de termos um aumento desequilibrado e injusto da carga tributária e volta da inflação”, conclui.

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