Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
O publicitário Nizan Guanaes, dono de uma das maiores agências de publicidade do país, a África, em entrevista ao jornal da Associação Nacional de Jornais (ANJ), aos repórteres Ricardo Pedreira e Carlos Muller, no final do ano passado, analisa a importância dos jornais impressos. Guanaes diz que gosta tanto de jornal que, “se pudesse, tinha um”.
Com seu estilo irreverente, diz que os jornais “precisam ser tirados de sua linha de conforto”, lembra que queria fazer advocacia quando jovem e, agora, vai advogar para os jornais. “Em primeiro, o jornal é importante, institucionalmente, para qualquer país. O Brasil precisa de jornais fortes”, garante Nizan.
Outra coisa que ele comenta é que “a internet ainda não me apresentou uma coisa tão potente quanto uma bela página dupla de jornal. Tem muitas coisas na internet que têm mais fama do que dinheiro”, garante.
Quando foi perguntado sobre entrevista a candidatos para sua agência, sua primeira pergunta era: “quem leu jornal hoje?”. Todos que não tivessem levantado a mão seriam dispensados. Ele respondeu que sim, dizendo que “é lógico, é uma coisa básica. Tanto é verdade que jornal é usado em vestibular. É como escovar os dentes. Você conhece alguma pessoa importante, relevante, interessante, conectada, que não lê jornal? Não conheço ninguém. E mais: antigamente eu lia jornal de manhã. Agora, eu leio a cada dez minutos. Leio de manhã, todos, no papel, e depois fico no meu mobile, e passo o dia tendo relacionamento com jornal. E tenho do mundo inteiro, pelos novos apps. Nunca se leu tanta notícia”, fala entusiasmado.
Nizan Guanaes comenta as posições de alguns jornalistas que adoram dizer que o jornal impresso está no fim. “… porque as pessoas que mais falam mal de jornais são os jornalistas. Adoram. É uma coisa impressionante. Impressionante! É quase que uma tara. Porque, muitas vezes, quem se acha moderno, adora ficar predicando o fim do jornal. Ao contrário, acho que hoje os jornais são uma das melhores mídias”, sentenciou o publicitário brasileiro.
– Os jornais têm de falar da vida, e a vida não é só política e economia. Acho que o problema do jornal não é só um problema de plataforma tecnológica, é um problema de plataforma mental. Acho que a cobertura do Gabriel Medina é tão importante quanto uma votação no Congresso. Acho que o jornal tem de estar ligado, também, às coisas que essa nova geração quer ver. Eu não tenho a menor ligação com surfe. Só porque esse Gabriel Medina está fazendo essas coisas, eu vou buscar no jornal. Não acho que a cobertura é espetacular sobre ele. Mas se a gente quer falar com jovens, tem de estar antenado com eles”, afirmou.
O publicitário é defensor do jornalismo independente. “Eu defendo o jornalismo independente, independentemente se é papel ou digital. Então, é preciso criar um espaço contemporâneo para o jornal”.
Com experiência de publicar artigos em jornais, Nizan Guanaes comenta a força dos veículos jornais do interior. “Eu escrevo em jornal. É inacreditável o alcance e o impacto. Se você visse o prestígio que tem o colunista local do jornal regional… é uma loucura. Nada é mais próximo, nada é mais do cotidiano das pessoas do que o jornal local. O localismo do jornal é fundamental. Você não sabe a moral que eu tenho na minha terra porque eu escrevo em jornal. É um negócio impressionante”, afirma o publicitário.