Ex-prefeito do Carmo é preso novamente em operação do Ministério Público

Ação contra corrupção também efetuou a prisão de mais 7 pessoas da prefeitura

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com a Polícia Civil, prendeu, na manhã desta segunda-feira, 7, o ex-prefeito de Carmo, Paulo Cesar Gonçalves Ladeira. A operação contra corrupção também deteve mais 7 pessoas da prefeitura, acusadas em um suposto esquema de fraudes. Pelo menos, oito mandados de prisão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital.

Segundo as investigações do MP-RJ, a organização criminosa firmou contratos superfaturados durante o governo de César Ladeira, do período de 2017 a 2020. O esquema era mantido com a obtenção de contratos fraudulentos de limpeza urbana do município, por meio de pagamentos de propina a agentes públicos. Segundo o inquérito, os funcionários da prefeitura receberam pela aquisição dos contratos cerca de R$40 milhões em propina.

Operação Chorume

A ação do Ministério Público de hoje dá continuidade às investigações iniciadas na Operação Chorume. Em 29 de março deste ano, o ex-prefeito de Carmo já havia sido preso por lavagem de dinheiro. Na ocasião, uma quantia no valor de aproximadamente R$130 mil foi encontrada enterrada em seu sítio, em tubos de PVC. Cesar Ladeira foi autuado, na época, por lavagem e ocultação de dinheiro adquirido de forma ilícita.

Empresas em investigação

De acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), foram encontradas irregularidades na licitação que permitiu a contratação da empresa Limpeza Urbana para prestar serviços ao município do Carmo. Entre as imprecisões, está o fato de que o edital não foi publicado em jornal de grande circulação e somente foi divulgado apenas três dias antes da fase de competição entre as empresas interessadas. Além disso, há indício de sobrepreço de 148% no custo estimado da tonelada de lixo coletada. Por fim, a empresa Forte Ambiental também está sendo investigada pelo MP.

Vale lembrar ainda que toda a operação foi deflagrada por membros do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP e da Promotoria de Justiça de Carmo e policiais civis da da 112ª DP, com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MP. Além dos pedidos de prisão, estão sendo realizados 14 mandados de busca e apreensão em residências ligadas aos investigados e a outros participantes no esquema. A atuação do inquérito acontece pelo menos em mais 4 municípios, como Macaé, Campos, São Fidélis e Ubá (MG).

A 1ª Vara Criminal Especializada da Capital também decretou a detenção de bens móveis e imóveis que pertencem aos denunciados, além de criptomoedas que, segundo análise investigativa, estariam sendo usadas pelos envolvidos para a lavagem do dinheiro obtido através dos crimes.

Investigados

Por fim, outros alvos da operação do MP, chamada de Chorume II, estão sendo investigados: Wesley Ferreira Pessanha, Celciomar Ferreira Pessanha e Selma Ferreira Pessanha foram apontados como donos da empresa Limpeza Urbana e da Forte Ambiental, e devem prestar seus esclarecimentos no caso. José Henrique dos Santos Mendonça e Murilo Neves de Moura também irão se posicionar sobre o esquema, já que foram apontados como braços direitos dos empresários.

O MP-RJ ainda investiga a relação de todos estes nomes com o pagamento de propina a vereadores do município.