A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro (FACERJ) lançou, na última semana , a Certificação Selo Azul Cidades Costeiras, que será de extrema importância para que as cidades que dependem da economia azul possam se preparar e alavancar novos negócios e empreendimentos. O selo é um instrumento pioneiro que visa reconhecer e incentivar cidades que implementam estratégias sustentáveis voltadas para a Economia Azul, conceito que abrange atividades econômicas relacionadas aos mares, oceanos e zonas costeiras. A certificação é baseada em 20 requisitos e no Índice da Economia Azul, avaliando critérios como governança, gestão costeira, fomento a setores ligados ao mar, preservação dos ecossistemas marítimos e incentivo ao empreendedorismo azul.
O evento ocorreu na Secretaria Estadual de Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro e contou com o apoio da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), da Associação Brasileira das Empresas da Economia do Mar (ABEEMAR), do Centro de Estudo das Cidades do INSPER, da Unisuam, da SEENEMAR e da Associação Comercial e Industrial do Estado do Rio de Janeiro (ACIERJ).
As associações comerciais e federações desempenham um papel fundamental nesse contexto, podendo fomentar parcerias público-privadas para o desenvolvimento de projetos sustentáveis. Elas também podem promover a capacitação de profissionais locais por meio de cursos e treinamentos voltados para as novas demandas da Economia Azul. Além disso, o apoio à inovação e ao empreendedorismo é crucial, incentivando a criação de startups e negócios inovadores que atuem nas áreas relacionadas ao mar.
O evento contou com a presença de Igor Baldez, presidente da Associação Comercial e Industrial do Estado do Rio de Janeiro (ACIERJ) e vice-presidente da FACERJ, e do presidente da FACERJ Robson Carneiro entre outros .
Durante a cerimônia, Baldez destacou a importância da certificação para as cidades litorâneas.
“A certificação Selo Azul Cidades Costeiras é um avanço para os municípios que desejam impulsionar sua economia sem comprometer os recursos naturais. Esse reconhecimento reforça a necessidade de políticas públicas que aliem inovação e sustentabilidade, permitindo que as cidades costeiras se tornem referências em desenvolvimento responsável”, afirmou Baldez.
A união de esforços entre o poder público, iniciativa privada e sociedade civil é essencial para que os municípios costeiros do Rio de Janeiro alcancem um desenvolvimento econômico sustentável, aproveitando de forma responsável os recursos que a “Amazônia Azul” oferece. A certificação lançada pela FACERJ reforça o compromisso do setor empresarial e das instituições públicas com o futuro dos municípios costeiros, garantindo que desenvolvimento e preservação caminhem juntos.
Já o presidente da FACERJ ressaltou o impacto econômico da certificação para o estado e para o país.
“O Brasil possui 17 estados litorâneos e 443 municípios costeiros ao longo de 8 mil quilômetros de costa. Nessa região, concentram-se mais de 80% do PIB e da população brasileira. Explorar essa riqueza de forma sustentável é essencial para o crescimento econômico e para a preservação do nosso patrimônio ambiental. O Selo Azul é um passo fundamental para valorizar o potencial da nossa ‘Amazônia Azul'”, declarou Robson Carneiro .
Potencial da Economia Azul nos Municípios Costeiros do Rio de Janeiro
O estado do Rio de Janeiro possui uma extensa faixa litorânea, abrangendo 25 municípios costeiros que desempenham papel crucial na economia estadual. De acordo com dados de 2021, a Economia Azul representa 9,74% do PIB do estado, gerando uma receita anual estimada em R$ 242,1 bilhões e empregando mais de 301 mil trabalhadores formais.
Renato Dias Regazzi, Mestre em Gestão Tecnológica e Assessor da Presidência do Sebrae/RJ, engenheiro, professor e autor de 10 livros sobre os temas do empreendedorismo e liderança, destaca que a Certificação Selo Azul Cidades Costeiras é um instrumento inédito de análise e reconhecimento das cidades que promovem a Economia do Mar Sustentável (Economia Azul).
“Essa certificação se baseia em uma estratégia estruturada de desenvolvimento econômico sustentável, valorizando os recursos marinhos e costeiros, e é fundamentada nos 20 requisitos que incluem governança, gestão costeira, fomento a setores que utilizam o mar como recurso, preservação dos ecossistemas marítimos e promoção do empreendedorismo azul, visando o desenvolvimento local e valorizando o potencial do bioma marítimo brasileiro.” explica o engenheiro .
Entre os municípios costeiros, destacam-se aqueles localizados ao redor da Baía de Guanabara, como Maricá, que apresentou um crescimento significativo de PIB entre 2011 e 2021. Além disso, cidades como Niterói, Rio de Janeiro e Angra dos Reis possuem infraestrutura portuária e turística desenvolvida, posicionando-se como polos estratégicos para atividades ligadas à Economia Azul.
A exploração do potencial marítimo desses municípios pode ser realizada por meio do desenvolvimento de atividades turísticas sustentáveis que valorizem as belezas naturais e culturais, promovendo a conscientização ambiental. A pesca e aquicultura responsáveis também são essenciais, incentivando práticas que respeitem os ecossistemas locais. Ademais, investimentos em fontes de energia limpa, como a energia eólica offshore, aproveitam o potencial dos ventos marítimos, contribuindo para a sustentabilidade da região